Em nome da Competitividade e da santidade do Livre Comércio, a Humanidade pariu outra divindade, a já bem famosa Economia.
Costuma-se comparar a Economia com Jeová ou Alá, é uma espécie de brincadeira de adultos, como se uma coisa não tivesse a ver com as outras. Mas tem. A nova divindade é sustentada por uma estrutura de fiéis que cobre todo o planeta com os seus interesses, como uma teia tecida por milhares de milhões de aranhas.
A Economia tem catedrais por todo o lado. Os altares erguidos para sua adoração são imponentes ou singelos, adoptam as mais variadas formas e tamanhos, mas estão em todo o lado. Conquistam-nos a alma e o coração.
A Economia faz-nos arder de desejo, consome-nos até não restar nada do que somos. Consome-nos até sermos aquilo que desejamos, até nos transformarmos nos objectos que possuímos.
Tal como o cristianismo ou o islamismo, a Economia tem legiões de fanáticos fundamentalistas. Terroristas, como todos os terroristas. Provocam atentados devastadores, entram-nos casa dentro, olhos acima, cabeça abaixo; bombardeiam-nos diariamente sem dó nem piedade.
Todos os dias morremos em nome da Santa Economia para ressuscitarmos à noite, sempre que dormimos e, finalmente, sonhamos.
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