terça-feira, maio 28, 2013

Contrafacção

Dantes eram as camisas Lacoste e as malas Louis Vuitton que apareciam à venda em quantidades quase industriais e a preços impossíveis. As pessoas compravam material contrafeito mas sabiam que estavam a fazê-lo. O preço era bem em conta...

Agora são pinturas de Paula Rego e António Palolo a serem vendidas, mas a preços elevados (ver aqui) a pessoas "inocentes" que as adquiriram convencidas que estavam a pagar pela "real thing". A contrafacção segue caminhos inesperados.

A Polícia Judiciária anunciou ter apreendido centenas de pinturas falsas daqueles artistas portugueses. Ao que parece, muitas delas haviam já sido comercializadas.

Ok, coisa banal, normalíssima, nos tempos que correm. O que me surpreende não é o facto de se falsificarem obras de artistas consagrados, a minha surpresa é haver quem compre pinturas de Paula Rego quando é evidentemente impossível que sejam originais.

Quem investe uns milhares de euros a comprar uma obra que está reproduzida um pouco por todo o lado e que é do domínio público que não poderia estar à venda? Quem são estes "inocentes", valha-me Deus, Nosso Senhor? É preciso ter muito dinheiro e muito pouca informação.

Esta notícia mostra que ter muito dinheiro não é sinónimo de nada e pode ser sinónimo de muita coisa.

7 comentários:

the dear Zé disse...

óbalha-me deus que tens toda a rezão, intão eu pinsava quisto balia uma pipa de massa e afinal é falcatrua, sêu apanho os maliantes...

Li Ferreira Nhan disse...

Então fui à notícia e vi que tanto aí como aqui a polícia (a especializada) utiliza-se de nomes/títulos originais, pertinentes e criativos.
Aqui no Brasil há um verdadeiro glossário de nomes das tais operações. Nomes fantásticos!
Sempre tive curiosidade em saber quem os nomeia, que mente imaginativa capaz de titular com tanta pertinência esses crimes.
No caso das pinturas, a tal Operação Arco-Íris, creio que o autor do título foi mesmo muito mais inventivo que os autores do delito.

E é bem verdade, "ter muito dinheiro não é sinónimo de nada e pode ser sinónimo de muita coisa."

Jorge Pinheiro disse...

As pessoas adoram ser embarretadas.

Anónimo disse...

É quase uma regra: muito dinheiro sempre esta nas mãos de quem não tem informação nenhuma de arte.

luísM disse...

Ter muito dinheiro é sinónimo de que se pode gastar muito dinheiro. Não significa momentos de plenitude, que normalmente não surgem quando se gasta. Caramba, não se pode ter tudo ao mesmo tempo...

the dear Zé disse...

eu até nem me importava de tudo ao mesmo tempo, o pior são as costas...

luísM disse...

Zé, pois como dizia, não se pode ter tudo ao mesmo tempo, mesmo de costas...