Um gajo anda sempre na dúvida. Quer queira quer não queira, por muito ateu que me possa imaginar (talvez seja apenas vagamente agnóstico), a dúvida sobre a existência de Deus está sempre presente nos confins da minha caverna craniana.
Distraído como sou posso muito bem deixar escapar sinais evidentes da Sua existência. Há quem diga que esses sinais estão por toda a parte e só um cego os não vê. Um cego ou um distraído, permita-se-me acrescentar.
Ontem, ao ler o jornal, dei de caras com um desses famosos sinais. Pelo menos penso que possa ser um sinal. Refiro-me à notícia algo patética do neonazi húngaro que veio a descobrir ser de ascendência judaica (ver aqui).
Há uma canção de Sérgio Godinho que pergunta "pode alguém ser quem não é?", esta historieta mostra que não. Um gajo é o que é e não pode contrariá-lo. Seja por acção do destino ou por intervenção divina, somos o que somos e não há nada a fazer contra isso.
Csanad Szegedi vai ter de deixar o Parlamento Europeu para o qual tinha sido eleito graças à sua doença ideológica. Os neonazis como ele não admitem um deputado com sangue impuro a correr-lhe nas veias. Se as raízes judaicas deste tipo não tivessem ficado à vista de toda a gente ninguém haveria de o incomodar por isso. É a tal velha questão do ser e do parecer.
Imagino que Szegedi esteja, neste momento, a esbofetear-se e a espetar um garfo nas costas da mão. Por um lado castiga um judeu desprezível, por outro penitencia-se por ser tão... nazi!?
Se Deus existe deve divertir-se com cenas deste calibre.
4 comentários:
Rui, mas fique tranquilo, Deus não existe! srsr
Então o tal Szegedi encontrou-se com um rabi e pediu desculpas...
Se calhar para ele é mais vantajoso ser um judeu.
E se existir e fôr nazi?
Eduardo, com acontecimentos como este a dúvida instala-se.
Li, a vida dá voltas surpreendentes... o que hoje é verdade pode, amanhã, ser uma redonda mentira!
Jorge, cruzes canhoto!!!
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