O recente caso do assassinato de Bin Laden vem mostrar como as coisas funcionam. Por um lado, a criação quase imediata de um "documento" fotográfico que mostrava o célebre terrorista morto e deformado; por outro a ausência estratégica de imagens que pudessem criar uma situação incendiária no mundo árabe, declarada pela administração norte-americana, que não quis fornecer um ícone profano aos fundamentalistas islâmicos com provas do sucesso da sua acção exterminadora.
Se passearmos pelo Facebook notamos a prevalência esmagadora da imagem sobre a palavra. Os utilizadores dessa rede social mostram fotos e vídeos às toneladas e restringem o texto ao mínimo necessário para sublinharem o que pretendem mostrar com as imagens que colocam nos respectivos murais. O feedback a essas "colocações" não ultrapassa muito o célebre "gosto-não gosto" ou pequenas frases de comentário. Cada vez mais emprenhamos pelos olhos e comemos com os olhos e cada vez menos nos questionamos utilizando a palavra como veículo de comunicação.
Nos dias de hoje, escreveria Shakespeare uma frase como "ver ou não ver, eis a questão"?
(este post não é acompanhado de qualquer imagem que o suporte. Já tinhas reparado?)
3 comentários:
O Shake hoje não er ninguém. Se escrevesse essa frase, nunca mais iria à televisão.
Podia ser que ficasse pelos palcos de teatro...
:-)
onde é que posso clicar aqui?
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