O rapaz comporta-se como se estivesse sob vigilância constante de uma câmara de filmar manuseada por um grande realizador que fizesse um documentário sobre a sua vida. A vida daquele rapaz, aparentemente banal mas que, na realidade, poderia servir de argumento para todo o género de filmes. Desde filmes de acção a filmes de mistério e espionagem, por aí fora, até uma pungente comédia romântica que ainda não aconteceu na vida daquele rapaz mas que irá colorir a sua existência, mais dia menos dia. Fatal como o destino!
E vê-se tudo isto no seu olhar semicerrado, na sua postura arrogante, na cabeça atirada para trás, no gesto afectado do seu braço esquerdo que parece combater o direito na busca de uma expressão física que retrate toda a magnificência incógnita que o caracteriza mas que apenas pode ser captada pela tal câmara escondida, pela genialidade do tal realizador que discretamente o acompanha. Mas nem esse génio cinematográfico é capaz de compreender toda a grandeza desta personagem. Nada nem ninguém poderá alguma vez abarcar nem uma ínfima parte da complexidade do seu ser.
Como ele, todos os outros. Todos os rapazes são estrelas do seu próprio filme. Estrelas esquecidas na imensidão do firmamento que é a cidade e os que nela habitam as horas. E evitam os minutos.
2 comentários:
Estrelas smos todos. E dizem que há um Realizador...
Uns são mais estrelas que outros.
:-)
Enviar um comentário