terça-feira, janeiro 24, 2006

O dia depois


Democracia é isto mesmo.
O povo vota e depois vai à sua vidinha, tratar da fome e do descanso, enquanto os poderosos se entretêm a governar os destinos.

A partir de agora temos, em Portugal, novos tratadores de destinos. Cavaco na cadeira dos leões será uma experiência bizarra. Lado a lado com o ministro que de filósofo só tem o nome, formará uma estranha parelha para puxar a carroça da nação.

Se fizerem ambos força na mesma direcção talvez a carroça se mova. Resta saber qual o sentido do movimento da parelha. Pelas provas anteriormente dadas não sou capaz de me entusiasmar nem um bocadinho.
Problema meu?
Decerto e sem dúvida. Mas problema de tantos outros e, nem todos, como eu.

Há quem pense que estes dois são faces distintas de uma mesma moeda. A "boa moeda" da política, na singular terminologia cavaquista. Quanto à "má moeda" estará esquecida lá no fundo da algibeira, à espera de melhores dias para voltar à circulação.

É nisto que o meu povo crê.
É disto que desconfio com quantos dentes tenho ainda na boca.

Afinal, a eleição do presidente não me tirou o sono. Antes pelo contrário. Fico satisfeito.
Ao que parece dormirei descansado até ao fim dos dias que me restam.
Até ao derradeiro sono.

Baril.

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