quinta-feira, dezembro 29, 2022

Dos mistérios do diálogo

     Conversar nem sempre é fácil. Conversar com alguém que não conhecemos na tentativa de esclarecer uma situação desagradável provocada por esse alguém poder ser complicado. Muito complicado. 

    Se o nosso interlocutor for uma pessoa com vistas (aparentemente) curtas ou (verdadeiramente) muito curtas, o diálogo resvala para as bermas da impossibilidade comunicativa. Podemos ter necessidade de repetir a mesma coisa várias vezes tentando a cada repetição ser mais objectivos e, mesmo assim, após 10, 15, 20 repetições, permanecer a sensação de que não estamos a ser compreendidos. 

    Que fazer? Penso que a melhor solução, eventualmente a única solução, é insistir, tentar uma e outra vez sem alterar o tom de voz, mantendo uma certa suavidade no discurso e a possibilidade de um sorriso. Um sorriso é sempre uma "arma" a considerar nestas situações mesmo quando do outro lado encontramos uma cara trancada numa expressão de desconfiança (vistas curtas geram expressões estranhas e sombrias na face de quem as tem).

    Chegados ao termo da conversa a coisa poderá não se ter resolvido mas, pelo menos, teremos encontrado a plataforma de entendimento possível e, quem sabe, numa próxima ocasião possamos alcançar um patamar mais elevado para a resolução do problema. Sabemos bem que a esperança é a última coisa a morrer apesar de não gozar do dom da imortalidade.

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