Anda meio mundo a aturar outro meio.
Falamos deste lado, respondem-nos aos gritos do lado de lá, ecoamos com gritaria redobrada, a comunicação está difícil. Uma vez por outra ouvimos com clareza o que nos é dito pelos que compõem o outro lado mas isso apenas serve para aumentar o nosso grau de indignação. E vice-versa. A discussão cresce de tom.
Ouvir é equivalente a olhar, são acções que não implicam, obrigatoriamente, reflexão. "Entra por um ouvido sai pelo outro" é um ditado da família do "boi a olhar para o palácio". Mesmo quando se estabelece diálogo não parece haver vontade de debate. Queremos apenas marcar a nossa posição, manifestar a nossa autoridade moral, sublinhar a inquestionável superioridade da nossa visão, a única realmente inteligente. Somos "sapiens-sapiens", isso diz tudo mas não implica sapiência. Nem por sombras.
A coisa está a esticar-se. Cada vez mais há gente a deslocar-se para os extremos da corda com uma vontade redobrada de a puxar com o máximo de violência que forem capazes. Os que vão ficando no meio olham para um lado e para o outro como galinhas tontas sem saberem o que fazer, sem perceberem a que ponto da corda se deverão agarrar ou, sequer, se haverão de puxá-la. E são cada vez menos, eles que já foram tantos.
Por enquanto anda meio mundo a aturar outro meio. Tenho a impressão que a paciência está a esgotar-se rapidamente.
Falamos deste lado, respondem-nos aos gritos do lado de lá, ecoamos com gritaria redobrada, a comunicação está difícil. Uma vez por outra ouvimos com clareza o que nos é dito pelos que compõem o outro lado mas isso apenas serve para aumentar o nosso grau de indignação. E vice-versa. A discussão cresce de tom.
Ouvir é equivalente a olhar, são acções que não implicam, obrigatoriamente, reflexão. "Entra por um ouvido sai pelo outro" é um ditado da família do "boi a olhar para o palácio". Mesmo quando se estabelece diálogo não parece haver vontade de debate. Queremos apenas marcar a nossa posição, manifestar a nossa autoridade moral, sublinhar a inquestionável superioridade da nossa visão, a única realmente inteligente. Somos "sapiens-sapiens", isso diz tudo mas não implica sapiência. Nem por sombras.
A coisa está a esticar-se. Cada vez mais há gente a deslocar-se para os extremos da corda com uma vontade redobrada de a puxar com o máximo de violência que forem capazes. Os que vão ficando no meio olham para um lado e para o outro como galinhas tontas sem saberem o que fazer, sem perceberem a que ponto da corda se deverão agarrar ou, sequer, se haverão de puxá-la. E são cada vez menos, eles que já foram tantos.
Por enquanto anda meio mundo a aturar outro meio. Tenho a impressão que a paciência está a esgotar-se rapidamente.
1 comentário:
Eu também acho.
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