As coisas não têm, obrigatoriamente, que ser belas. As coisas têm, isso sim, de fazer sentido e nós, se fizermos sentido com elas, poderemos compreendê-las. É na nossa capacidade de compreensão que reside a beleza do mundo: descobrir o sentido das coisas faz de nós artistas.
A beleza é uma possibilidade universal e latente. Na verdade todas as coisas do mundo são potencialmente belas pois todas elas (todas elas) fazem sentido. Uma nuvem é bela, um grão de areia é belo, um monte de merda tem a sua beleza. Um parafuso ou um caracol são fontes de inesgotável beleza. Compete-nos a nós compreender o sentido que estas coisas fazem e descortinar a beleza que possuem.
A beleza das coisas depende muito de quem as vê, ouve, sente; seja um ser humano ou qualquer outro tipo de entidade, animal ou nem por isso. A beleza está aí, em todo o lado, à espera de ser percepcionada. Há, no entanto, milhões de coisas às quais nunca ninguém sentiu, viu ou ouviu o mais leve traço de beleza.
Não sei se não são essas as coisas perigosas...
2 comentários:
A beleza tem a ver sobretudo com o nosso estado de espirito. Se estamos bem tudo nos parece bem e bonito. E parece-me que essa percepção se deve mais à sensibilidade/ emoção do que à lógica, ao sentido ou à compreensão. A arte sim, creio que tem a ver muito com o sentido, a lógica, a harmonia, etc. ( e às emoções também, claro ), mas a arte não se reduz propriamente ao universo do belo, é uma coisa muito mais vasta. Talvez seja essa a razão pela qual eu prefiro a beleza à arte ( isto é, se tivesse que escolher uma delas ). Por fim, e para terminar, a pergunta dos 10 milhões de dólares: o que é que nos faz sentir bem, para que possamos ver o mundo mais bonito do que aquilo que na realidade ele é? Aceitam-se respostas :-)
Boa e oportuna reflexão.
Enviar um comentário