terça-feira, março 04, 2014

A pergunta

Nos últimos dias tenho acordado da forma habitual: pronto para dormir, como diz a canção de Manuel da Cruz. À medida que me vou deslocando de modo automático no regresso a este mundo vem-me à cabeça uma pergunta.

A guerra terá começado?

A situação na Crimeia parece explosiva. Russos de um lado, ucranianos do outro, a comunidade internacional a enviar recados. Os meios de comunicação abordam a questão oscilando entre um tom apocalíptico e outro mais optimista. É uma situação estranha. O conflito parece ser inevitável mas ninguém, deste lado do mundo, quer realmente acreditar nessa possibilidade.

E se a guerra estoirar, de facto? Como vai ser? Irão os ucranianos ser abafados pelo exèrcito russo numa batalha desigual? O que farão os Estados Unidos e a União Europeia? Não foi mais ou menos assim que começaram as duas grandes guerras do século passado?

Faço café e torradas, leio mais umas páginas da Trilogia de Nova Iorque de Paul Auster. Vou tomar banho. Depois tenho de me deslocar ao banco (o meu cartão de débito foi engolido por uma máquina que não mo devolveu) e levar o computador a um feiticeiro informático qualquer (o computador pifou, morreu, foi-se), um feiticeiro que, pelo menos, lhe recupere a memória.

É assim; pouco tempo após ter regressado ao mundo real a realidade vai-se transformando em algo próximo, comezinho, vulgar. O futuro deste mundo discute-se lá longe, na Crimeia, mas, para já, as minhas preocupações são outras.

Terá a guerra começado enquanto escrevi estas palavras?

3 comentários:

Ana Bailune disse...

Guerras: eventos onde não há vencedores, e pelos quais todos somos afetados. mesmo quem ache que não. mesmo assim, espero que você tenha um dia excelente.

João Menéres disse...

O problema, para já, é o seu computador !
Eu sei o que é isso...
É um desespero !
Nestas circunstâncias é que tomamos verdadeira consciência do que dependemos hoje em dia !

As melhoras rápidas !

E quanto à Crimeia : sempre achei que o Putin não vai tomar uma iniciativa verdadeiramente bélica.

Um abraço.

Silvares disse...

Ana, o meu dia foi bom e, no fim, a guerra continuava mansa.

João, vai valendo o computador da minha mulher. A Crimeia, estou em crer, vai transformar-se num daqueles territórios que não se sabe bem a que país pertencem por terem a Rússia tão perto.
Abraço.