A Igreja Católica lidera a contestação à adopção de crianças por casais homossexuais. Os que vêm nesta possibilidade uma aberração absoluta argumentam com tradições culturais e leis naturais. A falta que faz uma figura paternal, o contra-senso que é ter duas mães ou dois pais.
No entanto, as notícias sobre abusos sexuais de menores praticados por membros da Igreja Católica que deviam, à partida, garantir o seu bem-estar material e espiritual, continuam a sair nos meios de comunicação social a um ritmo estonteante. Os órfãos à guarda de padres em instituições de solidariedade social não estão a salvo dos horrores deste mundo. Encontram crueldade predatória onde lhes prometeram amor.
Não ouço as vozes indignadas dos tais guardiões da moral e dos bons costumes, que tanto receiam ver homossexuais a cuidar de crianças, pedir o fecho dessas instituições e a condenação à prisão dos padres pedófilos. Estou em crer que muitas dessas crianças estariam bem melhor entregues a casais anti-naturais do que a homens que são impedidos, por regra religiosa, de o serem.
Sei que estou a misturar "alhos com bugalhos", homossexualidade nada tem a ver com pedofilia. Quero apenas sublinhar a hipocrisia da Igreja Católica que parece mais preocupada com as aparências do que com a essência de certas questões. Não me parece que seja o bem-estar da criançada que move os padres.
4 comentários:
Boa tarde! Concordo com você. Melhor ter dois pais ou duas mães a cuidar de uma criança, com amor e respeito, do que não ter nenhum e vê-las irem parar em instituições onde serão maltratadas, ou então, ficar nas ruas, ao abandono total!
O problema da pedofilia católica tem por base a impossibilidade doutrinária do casamento dos padres, sustentada em argumentos de desconfiança relativamente à divulgação dos segredos da confissão na alcova sacerdotal. Esta é a verdadeira hipocrisia. Acreditar que todos os padres são assexuados por voto religioso. Acabam a enrabar miúdos, em vez de casar como qualquer pessoa normal. A castidade é uma questão de fé?
Ana, o preconceito é um jogo complicado.
Jorge, talvez a castidade seja uma questão de Fé. Pelos vistos nem sempre...
vade retro
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