Natureza-morta da autoria de Goya
Há coisas que não consigo perceber se estão vivas ou apenas mais ou menos. Porque será que os falantes de língua inglesa designam por "still life" aquilo a que nós, em Portugal, chamamos "natureza-morta"? A pergunta pode ser colocada na ordem inversa que se mantém a estranheza da situação.
"A minha pátria é a língua portuguesa"; Fernando Pessoa aparece sempre que me apercebo dessa inquestionável realidade: somos muito mais aquilo que dizemos que aquilo que comemos. Isto porque dizemos aquilo que comemos e não comemos aquilo que dizemos.
Posto isto estou exactamente na mesma, a reflexão sobre os assuntos acima registados não me traz nada de novo. Sinto-me como um cão que tenta morder a própria cauda apenas porque não lhe parece haver nada mais interessante para fazer.
Assim sendo fico por aqui. Até breve.
9 comentários:
Sempre venho e leio.
Nem sempre comento, já te disse posso estragar.
Você escreve bem, muito bem. E faz pensar.
Hoje quero dizer das tuas colagens. Deveria ter feito no post anterior. Mas faço agora.
Significativas; há um universo inteiro e único em cada uma delas.
Gosto muito mesmo.
beijos
Li Ferreira Nhan
Depois dos RASGADOS elogios, meritórios da Li, me resta dizer que a frase:
" somos muito mais aquilo que dizemos que aquilo que comemos. Isto porque dizemos aquilo que comemos e não comemos aquilo que dizemos. é antológica!
Tá tudo dito aí acima....
Mas, a NOSSA lngua portuguesa/brasileira, é, sem nenhum medo do exagero, maravilhosa.
Se conseguires comer a cauda, avisa!
se calhar com mostarda...
Li, grato pelas tuas visitas.
:-)
Eduardo, brincar com as palavras é um prazer quase tão grande como brincar com as imagens.
:-D
Beto, maravilhosona mesmo!!!
8-}
Chapa, é só para morder, não é para comer. Além disso descobri que não tenho cauda.
:-]
Zé, porquê mostarda? Não te compreendo...
a cauda com mostarda até parece cachorro quente
(tá bem pronto, esta foi de mau gosto e sem piada)
A Pátria tem muitas línguas e a comida muitas palavras... Enfim, excelente reflexão (os salmonetes tb já marchavam).
Zé, não tinha percebido.
Ahahahahaaa...
(acho que deve ter piada:-)
Jorge, quando a pintura abre o apetite não deve ser natureza-morta. Quando muito natureza-adormecida.
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