"O que há de novo no amor" é o título pouco feliz de um filme que tem tudo para ser interessante mas acaba por resultar um tanto desafinado. Trata-se de um filme realizado a seis cabeças ou seis olhares, seis realizadores diferentes, na verdade. Seis historinhas de amor mais ou menos adolescente, com perspectivas diferenciadas da coisa (falo do amor) e da forma de pensar o cinema.
A realização e o desempenho dos actores parecem-me de bom nível. O som, a montagem, enfim, o objecto parece-me limpo, sério e honesto. O que me deixou algo distante foi o argumento. Não a forma inteligente como se tentou reunir um número tão grande de histórias numa história só. Nesse aspecto, o responsável pela colagem dos seis pequenos argumentos que estão na base do filme, teve uma boa ideia e o resultado é bastante razoável.
Quanto a mim, o aspecto menos conseguido deste filme reside, precisamente, no pouco vigor narrativo da maioria das histórias que lhe estão na base. "Então o filme não presta!" poderias tu pensar, cinéfilo leitor, não é isso que estou aqui a tentar dizer. Antes pelo contrário.
"O que há de novo no amor" mostra instinto cinematográfico no tratamento dos planos e na direcção dos actores (muito bons, insisto). Enquanto espectador não me cansei nem um bocadinho de estar a ver o filme. Talvez o problema seja eu ter quase 50 anos e as questões levantadas ao longo do filme serem características de pessoas muito (mas mesmo muito) mais jovens do que eu. Se calhar é isso. Se calhar, um espectador mais identificado com o "ambiente mental" da coisa faria uma análise substancialmente diferente da minha.
Talvez o facto de eu ser um "cota" me torne quase um intruso na plateia. Talvez por isso eu me foque em aspectos formais e não seja capaz de me comover com todos aqueles corações partidos.
3 comentários:
na vi. pronto. mas vi um que (te) recomendo, chama-se "Jovem Adulta" e corre o risco de se perder com esta coisa da voragem dos oscares, com a falta de pontaria crónica da academia de óliude a noimear e premiar as fitas...
perdão, a nomear, que aquele "i" entrou ali clandestino...
Já ouvi falar desse filme realizado e argumentado pelos responsáveis daquele enooooorme sucesso que foi "Juno". Não sei quando verei, mas haverei de ver....
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