John C. Reilly, Jodie Foster, Christoph Waltz e Kate Winslet
O mais recente filme de Roman Polanski adapta para o écrã a peça de teatro de Yasmina Reza, "O Deus da Carnificina". Ir ao cinema assistir a este filme na companhia da minha família era mais que uma obrigação, tratava-se de fechar um ciclo. Assistimos a duas representações diferentes da peça (ver aqui) daí que não perder o filme nos parecia absolutamente elementar. E foi, elementar, de facto.
O filme de Polanski vive da extraordinária capacidade de representação do seu elenco. O facto de a maior parte da acção se desenrolar no espaço apertado de uma sala, num apartamento, leva o realizador a optar por planos fechados sobre os corpos e as expressões faciais dos actores. Todos eles excelentes mas Jodie Foster, na minha mais que modesta opinião, destaca-se.
Dos palcos de teatro para o écrã é nessa concentração espacial que reside a maior diferença (o texto foi adaptado pela autora com a colaboração de Polanski). A boca de cena de um palco, aberta sobre o espaço da sala, confere ao espectador outras possibilidades de "respiração" visual. No filme, apesar de rápidas mudanças de décor, as quase-saídas de cena no patamar da entrada do apartamento, as idas à casa-de-banho ou à cozinha, o grande plano leva-nos para dentro do espaço que, se já era apertado para as 4 personagens, mais claustrofóbico se torna com a nossa presença ali dentro.
Polanski introduz outra personagem: um espelho, que confere profundidade espacial e dialoga com as personagens. Afinal de contas, esta peça, desculpa leitor, este filme, é como um espelho no qual reflectimos e por ele somos reflectidos. A ver.
1 comentário:
E o verei, com certeza! Adoro o Polanski
Enviar um comentário