Nesta vida tudo se paga, nada nos é oferecido. Os americanos dizem que "não há almoços grátis", os portugueses afirmam que "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga", cada povo reza as suas sentenças o que mostra muito da forma como vê o mundo que o rodeia.
A notícia de que Pequim está encerrada numa colossal nuvem de poluição não deverá surpreender ninguém (ver aqui). A degradação das condições de vida é o preço a pagar pelo extraordinário crescimento económico. A China não pode tornar-se a maior economia do mundo sem pagar bem paga tal façanha. É este o modelo civilizacional a que aspiram as grandes nações do nosso mundo?
Vejamos a coisa pelo lado das oportunidades; um empresário com visão de futuro e olho para o negócio poderá investir na criação, produção e comercialização de uma linha de máscaras de oxigénio. É um produto com muito futuro nos mercados asiáticos hoje e, amanhã, no resto do mundo! A economia é uma ciência autónoma e tem a sua estranha beleza.
5 comentários:
Parecem contos orientais, mas também a oeste, nada de novo. Mas isso não representa o adeus às armas. A menos que o fator humano intervenha. A vida é a estrada entre dois tiros. Prometeram-nos a eterna juventude, as grandes esperanças, mas o capital é a toupeira que mina tudo. Nem conseguimos vislumbrar o sol radioso a leste do paraíso. Olhamos o panorama e perguntamo-nos se isto é um homem. Prometeram-nos o admirável mundo novo, mas encontrar algo é como agulha no palheiro, são ficções que se esboroam como o livro de areia. É um processo em que vislumbramos sempre a sede do mal. E reparamos nestas ligações perigosas, que se escondem no castelo. Olham-nos como se se tratasse de formigas inclusas no leilão do lote 49, manietadas pelo agente secreto travestido de lolita.
Às tantas damo-nos a olhar para trás, para 1984, e reparamos que tudo se reduz ao homem sem qualidades sentimos que perdemos a inocência e desejamos nunca ter entrado na cidade dos prodígios. Está podre como a viagem ao fim da noite.
A sequência de referências literárias e cinematográficas do teu comentário sugere que há um outro mundo (ocidental) para lá do universo económico. Resta saber em qual delea a "realidade" se sente melhor.
A realidade é complexa e, penso, é tudo isso. O que se torna fascinante é mexer nela. E quando fazemos isso as cortinas vão-se abrindo e ainda mais fascinante se torna. Daí podermos falar da gente que praticamente morreu mas ainda não sabe, ou que vai morrendo aos poucos. Olha, perdeu completamente a juventude...
o que é que o sinhor LuisM diz? acho que na percebi nada.
Essa tal nuvem de poluição não será antes mais uma manifestação das "tradicionais" tempestades de areia que assolam regularmente a cidade de Pequin?
Parece-me que o jornalismo, hoje em dia, anda com muito pouco rigor(é uma das consequências da precariedade), é preciso ter algum cuidado com o que se lê nos jornais... do sistema.
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