segunda-feira, julho 31, 2006
Pacifismo e terrorismo
Numa visita ocasional a http://ablasfemia.blogspot.com/ fiquei a perceber com toda a clareza que uma vez que sou, por princípio, pacifista, sou um aliado involuntário do Hezbollah.
A ideia não é nova. Pacheco Pereira, por exemplo, tem-se esforçado por explicar de forma clara e fundamentada aquela máxima estupidificante: "Se não és por mim és contra mim".
Se não estivermos de acordo com as políticas iluminadas dos neoconservadores americanos sobre o Médio Oriente então somos anti-americanos primários e nem uma refeição no McDonalds seguida de um filme com Coca-Cola e pipocas nos poderá valer.
Um amador, especialmente o pacifista amador, é o alvo fácil da manipulação dos profissionais da propaganda. pode ler-se no citado blog.
Compreendo perfeitamente. Um não pacifista não se deixa enganar nunca pelos profissionais da propaganda porque eles apenas pretendem enganar os pacifistas. Isso já é um pouco mais difícil de compreender mas talvez seja por haver algo de comum entre eles.
Alguma coisa secreta ou invisível para os pacifistas amadores, uma linguagem apenas decifrável por iniciados nos mistérios da existência contemporânea, algo que está para lá das minhas capacidades uma vez que me engano bué e tenho dúvidas à brava.
Estava convencido que a manipulação de informação é um traço distintivo da nossa civilização mediática e democrática. Pensava eu que a maior parte das notícias que nos chegam são filtradas na origem, peneiradas no caminho e empacotadas à chegada, servidas prontas-a-comer à hora da papa. Imaginava eu que a melhor maneira de tentar evitar ser enganado a toda a hora seria pensar pela minha cabeça mas, como sou um pacifista amador, estou apenas a absorver informação manipulada por algum árabe sanguinário que, só de iamginar a forma como me vai dar volta, já se está a rir que nem um perdido. Em árabe.
Claro que do lado israelo-americano não há manipulação de informação. Isso pode lá ser! Afinal de contas eles representam o mundo livre e a civilização ocidental naquilo que ela tem de mais puro e cristalino. Não precisam de mentir uma vez que Deus e a Razão estão do lado deles. Tudo o que fazem tem justificação e só mesmo um burro de um pacifista amador é capaz de imaginar que as suas motivações não se prendem, exclusivamente, com a sobrevivência da nação israelita.
Mesmo sem querer sou, afinal, um terrorista, um traidor e um fantoche manipulado. Por muito que me esforce não consigo acreditar que as baixas civis nesta guerra são, na verdade, escudos humanos e que o exército israelita quer matar apenas os bandidos.
Como sou pacifista amador acredito que a guerra tende a transformar aqueles que nela se envolvem em animais que agem por instinto e que, no terreno da batalha, as leis são outras. Que quem dispara não é bom nem é mau, é apenas um potencial assassino independentemente do lado em que se encontra.
Caramba! Como posso ser tão parvo?
O Horror
A decisão de suspender os ataques sobre o Líbano tomada pelo executivo israelita para poder analisar o sucedido em Qana (a célebre Canaã do Novo Testamento, onde Cristo terá transformado água em vinho e multiplicado pão e peixes durante uma boda) supreende por parecer contrária ao espírito da coisa.
O exército israelita terá seguido o habitual processo de ataque. Avisou a população e atacou. Não foi a primeira vez que matou civis inocentes. Se nas ocasiões anteriores isso não pareceu impressionar os guerreiros porque ficaram agora embaraçados? Serão as fotos que chegam do local que dão uma imagem nada simpática dos célebres "danos colaterais"?
O horror das imagens que ilustram esta barbaridade indescritível chocam os mais insensíveis. Crianças desfeitas, adultos em desepero, destroços de corpos misturados no entulho, o Horror em estado puro.
Bush, Olmert, Rice, Nasrallah e mais uns quantos deviam ser obrigados a ver estas imagens numa terapia de choque tipo Laranja Mecânica. Haviam de ficar a vomitar as biqueiras dos sapatos de 5 em 5 minutos para o resto das suas vidas, o que até era um castigo brando.
Sou também dos que acreditam que este massacre envergonha até os carniceiros e poderá marcar uma marcha-atrás nos aconteciemtos dos últimos dias. A União Europeia vai ficar a assistir impávida e serena a mais esta aventura desastrosa?
Aguardam-se os próximos desenvolvimentos. Esperemos que estas mortes evitem outras do género num futuro próximo.
Shame on you, miss Rice!
domingo, julho 30, 2006
Monstros
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita lamentou hoje a morte de várias dezenas de civis libaneses na sequência de bombardeamentos israelitas em Qana, no Sul do Líbano.
"Israel lamenta a morte de civis inocentes. Não queríamos ver civis envolvidos na guerra entre Israel e o Hezbollah", disse à AFP o porta-voz do Ministério Mark Reguev."Israel fez tudo o que foi possível para evitar esta situação e multiplicou os apelos aos civis para que eles se retirassem da zona de combate", assegurou o responsável.
Israel rejeitou hoje qualquer responsabilidade nas mortes, considerando o Hezbollah o verdadeiro responsável pela situação.
Retirado do Público on line
Goya criou imensas imagens nas quais representou a insanidade e a torpeza humana. O sono da Razão Engendra Monstros. Pois engendra. E os monstros, uma vez à solta, reproduzem-se.
sexta-feira, julho 28, 2006
"Envirtualizados"
Aquela merda só pode ser assustadora. Aterradora! Um gajo há-de cagar as calças pelo menos uma boa meia dúzia de vezes até se habituar. Um míssil a voar, a cair, a rebentar. Na casa do vizinho ou na nossa, a diferença não deve ser perceptível, assim às primeiras. O céu cai juntamente com o telhado e as esperanças de escapar ileso. Dizemos sempre qe a esperança é última coisa a morrer porque morre só depois do morto e renasce de imediato no bébé que acaba de nascer algures. É sádica, a esperança.
De tanto vermos imagens de guerra nos écrans acabamos por imaginar que tudo se passa daquele modo e, caso o programa não agrade, alguém irá encotrar o controlo remoto e desligar aquela bosta ou mudar de canal.
Os putos esgadanham-se nos comandos da Playstation a aviar "inimigos". Quando falham a jogada "morrem". Mas não há paranóia, logo renascem, "envirtuam" noutro bonequinho agora sabendo de antemão que não podem cometer aquele erro fatal se quiserem passar de nível para poderem ter o prazer da aviar mais uma catrefada de "inimigos". E é assim o jogo, sem termo nem princípio, um eterno renascer com a finalidade única de voltar a matar.
Acredito que, na vida real, há gajos cuja única vontade é essa: matar. Podem até ser sempre os mesmos, desde que há memória, que (re)encarnam, como os putos "envirtuam". Através dos séculos, defrontando-se Eternidade adiante como no Highlander, o filme.
Uma vez de regresso tanto podem ter um lenço com frases do Corão amarrado aos cornos como uns cabelinhos encaracolados a dançarem-lhes nas queixadas quando marram no Muro das Lamentações, são sempre os mesmos, imortais e maus como as cobras, capazes das maiores atrocidades porque, para eles, a pior de todas é a paz.
Será assim tão simples? Hoje, à hora da papa, enquanto via as reportagens sobre refugiados libaneses pensei nos putozecos que por ali cirandam sempre, a enfeitar a miséria das imagens. Aqueles gajitos não têm escola. Nem hoje nem durante quanto tempo? E quando a têm o que aprendem? Da forma como todos parecem adorar Nasrallah não terei grandes dúvidas. A escola deles é ali mesmo, no chão da rua, nos escombros dos bombardeamentos e aprendem imenso com aquele som, um míssil a voar, a cair, a rebentar, o que poderá ensinar a uma pessoa?
Esta merda não pode ter fim. A Máquina está em andamento e não há grão de areia que a emperre. Não parece haver nada que possa evitar a acelaração do fim da humanidade. Que se lixe. Vou beber uma cerveja e "envirtualizar" num jogo qualquer.
quinta-feira, julho 27, 2006
O gigante
A guerra é total (haverá guerras parciais?) e o Líbano arde de novo. Não se vislumbra forma de pôr termo a isto. Cada dia que passa vamos tendo mais tempo para imaginar o que poderá acontecer num futuro próximo ou nem por isso. As imagens que se vão formando não entusiasmam pela sua beleza.
A morte de 4 membros da ONU sob fogo do exército israelita mostra bem a eficácia da cirurgia guerreira. Os ataques a alvos do Hezbollah são ataques contra toda a gente. Os israelitas não vêem nada nem ninguém, agem tal e qual como os outros terroristas, atiram tudo o que têm à mão sobre qualquer lugar onde imaginem que possam existir inimigos.
Os dias passam e o monstro engorda e cresce a olhos vistos. O espectro da guerra começa a estender a sua sombra. Até onde?
terça-feira, julho 25, 2006
Herói
Estou a referir-me a Rui Tavares, um herói que acrescentei recentemente à minha galeria particular e por quem tenho uma profunda admiração.
Também ele se entrega aos dúbios prazeres da blogosfera (será missão?) mantendo um interessante Pobre e Mal Agradecido nos confins do universo virtual.
Para quem ainda não teve a felicidade de encontrar este lugar aqui deixo o link que conduz à revelação e, quem sabe, à redenção!
http://ruitavares.weblog.com.pt/
O Bom Pastor (e a sua ovelha)
Esta última promessa revestia-se de alguma originalidade na forma como era apresentada e terá sido um produto com boa colocação no mercado e algum marketing associado. Por falar em marketing a imagem acima mostra como naqueles tempos em que os deuses falavam se podia plagiar uma obra de arte sem problemas de maior que não fosse fazer a cópia.
Os cristãos do Império, herdeiros de uma tradição cultural e artística com provas dadas e eficácia garantida a vários níveis, muito simplesmente se apropriaram de formas preexistentes e as adaptaram ás suas necessidades.
Segundo rezam as crónicas, o modelo da representação de O Bom Pastor (tanto pictórica como escultórica) foi Aristeu, divindade grega (se não estou em erro) com a função de proteger os jardins ou os animais, qualquer coisa do género, uma espécie de sócio da Quercus na Antiguidade, que era representado daquele modo, com a ovelhoca aos ombros. Bastou mudar a intenção, mantendo a forma e... voilá! Sai uma escultura cristã.
Quem diria que o ready-made duchampeano já tinha sido intuído há tanto tempo atrás!
domingo, julho 23, 2006
Electric zombie
Esta notícia, retirada do Público on-line, surpreendeu-me.
Já me tinha esquecido desta personagem (na imagem fotografado como o Bom Pastor), muito menos imaginava que continuasse... vivo!?
Em coma desde Janeiro, Sharon continua ligado a este mundo por uma máquina, numa semi-vida estranha. Estará ele a acompanhar, de algum modo, a evolução da guerra?
Que coisa estranha!
Magia
Cabe na cabeça de alguém que a perfeição possa ser medida por cabeças? Que o Belo tenha peso, conta e medida apreensível já não convence nem o Menino Jesus!
Os artistas dos tempos que rastejam (os tempos hoje já não correm, o mundo não consegue dar-lhes a dignidade necessária à corrida!) deixaram de perseguir essa quimera: o Belo.
Não há nada a fazer uma vez que descobrimos a beleza em cada esquina. Há tantos artistas incomparáveis, tantas cabeças pensantes, tanta produção necessária à sobrevivência das coisas que a Beleza é beleza e nada mais há a procurar nas sombras, quanto mais na luz do dia.
A especulação, o discurso do Belo e a Beleza, parecem hoje tão fora de ordem, tão kitsch, que se foge dela como o Diabo da Cruz!
É o grande caleidoscópio Pós-moderno! Foi Marinetti quem afirmou que um automóvel de corrida era tão belo quanto a Vitória de Samotrácia. Agora olhem, amanhem-se que eu também.
Realmente tenho medo de afirmar certas coisas, a Beleza é uma delas. Mas, tal como as bruxas, eu sei que não existe mas que a há, há! Vou abrir os olhos.
quinta-feira, julho 20, 2006
Senso comum
Talvez isto ajude a explicar porque continuamos a ser um povo maioritariamente indiferente a quase tudo o que nos rodeia, com picos de histeria colectiva na redescoberta das grandezas perdidas da nação em pleno relvado, sempre que entra em campo a equipa de futebol da selecção nacional. Eu fico meio histérico, para que conste, e isso leva-me a reflectir sobre tais momentos de insanidade.
Deixamo-nos enganar por qualquer papalvo que a isso se disponha e admitimos que um tipo como Alberto João Jardim possa ser chamado "governante" sem cuspirmos imediatamente para o lado com um gesto de "te arrenego, abrenúncio" feito de imediato e com rapidez. Esse ser vivo é uma boa imagem do "common sense" à maneira dos tradutores portugueses.
Ficamos passivos perante a maior parte das injustiças e atropelos da legalidade desde que não sejamos nós as vítimas. Apenas fomos capazes de nos unir por uma causa como a de Timor, talvez porque era lá longe e temos no sangue o fado e a saudade, esses produtos únicos e genuínos da portugalidade mais inflamada.
Com Timor a desfazer-se aos bocadinhos (porque é um território pequenino não se desfaz aos bocados) e o Mundial a atormentar-nos os ímpetos nacionalistas ficámos mais ou menos indiferentes à sorte de Xananas e Alkatiris uma vez que essas contas já haviam sido saldadas no passado com canções e lágrimas sinceras.
A lista das coisas que não enxergamos ou nos fazem apenas voltar para o lado é imensa. Durão Barroso viu, na tristemente célebre Cimeira da Guerra dos Açores, provas inequívocas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Paulo Portas confirmou-o. Hoje um é Presidente da Comissão Europeia e o outro foi condecorado por Rumsfeldt, essa espécie de nazi démodé. E nós? Encaramos a coisa como sendo um espelho de "common sense", não estranhamos nem respingamos. Afinal o mundo está repleto de personagens dispostas a representarem o papel de idiotas úteis. Ou inúteis, conforme a perspectiva.
Deixamos o mundo rodar à vontade e rodamos com ele. Como a rotação é lenta não é nada que nos deixe tontos. Somos o país onde o senso comum é considerado bom senso.
Pois.
terça-feira, julho 18, 2006
Heroína
Holofernes estava caído na cama, por estar afogado em vinho. Judite pegou na cimitarra dele e avançou decidida. Agarrou-lhe os cabelos e puxou a cabeça do general inimigo em direcção ao peito. "Dá-me forças neste dia, Senhor Deus de Israel" e, com dois golpes surpreendentemente vigorosos, separou-lhe a cabeça do corpo. Depois entregou a cabeça à criada que a meteu num saco.
Israel acredita nestas histórias como se fossem notícia da CNN e vê nelas força e inspiração para prosseguir a sua peculiar visão de justiça. Longe vai o tempo do "olho por olho, dente por dente". Agora é mais "olho por cabeça inteira, dente pelo resto do corpo". As Judites dos nossos dias entram no território inimigo montadas em flamejantes espadas voadoras e a doçura da vingança faz esquecer tudo e mais o resto.
E Judite quer vingar-se!
segunda-feira, julho 17, 2006
Recortes de imprensa
Doze civis libaneses, incluindo duas mulheres e três crianças, foram mortos hoje quando um míssil ar- terra israelita atingiu o autocarro em que seguiam a sul de Beirute, divulgou a polícia libanesa.
Segundo o médico Bachir Cham, que analisou os corpos, as vítimas morreram de envenenamento. "O míssil, provavelmente, libertou um produto químico que provocou a morte dos doze civis", explicou à AFP.
No total, os bombardeamentos israelitas no Líbano causaram hoje 43 mortos, entre eles nove soldados libaneses.
Olmert (1º ministro de Israel), que falava no Parlamento israelita, acusou ainda o «Irão e a Síria de continuarem a interferir nos assuntos libaneses e da Autoridade Palestiniana através do Hezbollah e do Hamas».
«Não há nada que mais desejemos que a paz em todas as nossas fronteiras», disse, frisando que «Israel não permitirá que os seus cidadãos vivam sob o ataque de mísseis».
O Estado Maior de Israel anunciou às 11h30 (horário de Brasília) que a ocupação de uma faixa do sul do Líbano, iniciada na manhã desta segunda-feira por tropas e blindados “é pequena e limitada”.
O tipo de ação que está sendo desenvolvido pelos israelenses também não deixa dúvidas sobre o caráter do empreendimento. A força expedicionária emprega um combinado de 50 tanques Merkava, 30 caças F-16, 40 helicópteros e um número não revelado de combatentes, canhões auto-propelidos, 3 fragatas lança mísseis e lanchas armadas com foguetes de 70 mm.
É um poder de fogo e tanto - cada tanque pode disparar 6 tiros de 120 mm em 60 segundos, os helicópteros levam 32 mísseis, os aviões lançam bombas inteligentes, guiadas por laser - apoiado por consistentes recursos de inteligência, que permitem saber a localização exata dos chefes rebeldes a partir do rastreamento de sinais de telefonia e rádio.
Até ao momento não há registo de vítimas mortais apenas seis feridos ligeiros e danos materiais. Ontem, os ataques a Haifa provocaram oito mortos entre a população civil. Fontes das forças de segurança israelitas adiantam que Tiberias, Safed e Acre também foram alvo de bombardeamentos do Hezbollah.
... e por aí fora. Armas, explosões, morte, destruição, um espectáculo e pêras!!!
O Deus da Fúria
O Deus da Fúria é o título da edição portuguesa de um dos contos (romances?) de Phillip K. Dick, o imortal autor de ficção científica (por acaso até já morreu vai para um bom par de anos).
A acção desenrola-se num mundo pós-holocausto nuclear e gira em torno de uma estranha personagem, uma espécie de Stephen Hawkins mas com uma cadeira menos sofisticada, que é pintor apesar de não ter braços (utiliza umas extensões mecânicas e metálicas para segurar os pincéis) e contacta com o além entrando em coma alcoólico. Um médium ainda menos normal do que seria de esperar.
Lembro-me de ter lido o livrinho da Colecção Argonauta.
Fiquei profundamente deprimido com a história porque não havia ponta de heroísmo ou brilho ou grandes sentimentos ou o que quer que seja de que nos possamos orgulhar e justifique algumas atitudes mais dúbias, tomadas no fragor do momento e na urgência de conseguir a sobrevivência. No final (isto é uma sensação de recordação, nada tem de objectivo, já li o livro há mais de 25 anos, seguramente) restava um mundo destruído onde a única herança da glória civilizacional de outrora era uma vaga divindade, um Deus da Fúria castigador que lançara sobre a humanidade uma provação terrível e depois abalara, deixando os sobreviventes entregues a si próprios.
Hoje vi uma refugiada francesa, fugida de Beirute, a ser entrevistada na chegada a um aeroporto de Paris. Ela explicou que os libaneses não têm armas anti-aéreas e, por isso, a aviação israelita sobrevoa a cidade com todo o à vontade e bombardeia-a a torto e a direito. Ainda segundo a mesma mulher não há qualquer critério no ataque. É o Deus da Fúria israelita, o Deus dos Exércitos, Aquele que protege o povo de Israel, o mesmo que lançou as sete pragas no Egipto matando egípcios a torto e a direito e mostrando ao Faraó onde residia o autêntico poder divino, no tempo em que o tempo não existia.
Do outro lado outros fanáticos, os do Hezbollah, enviam pelos céus os seus mísseis vingadores, descarregando a fúria do seu Deus sobre civis israelitas desprotegidos. Fica a sensação de que uns e outros adoram a mesma divindade embora reclamem para si a necessidade de fazer justiça em nome de Deus.
Numa guerra não há justiça. A morte do primeiro inocente retira toda e qualquer possibilidade justiça a uma guerra, seja ela qual for. Assistimos impotentes e incrédulos a mais uma escalada de violência imparável onde o sangue corre como um rio que as almas dos mortos atravessam pagando com o seu corpo os honorários do barqueiro.
É a prova de que Deus existe. Ele é o Deus da Fúria!
Piada de mau gosto
A tensão aumenta a cada momento. Mísseis disparados sobre Israel, bombardeamentos sobre Beirute. Não parece possível que esta desgraça venha a abrandar tão depressa. Quando começou exactamente? A razão principal foi o rapto dos soldados israelitas? O que está a acontecer?
A Síria avisa que poderá entrar à bruta. O que significa que não tarda muito está a atirar sobre Israel tudo o que tiver à mão. O Irão ameaça com o Armagedão caso Damasco venha a ser molestada. A guerra é total. Civis de um lado e do outro rebentam a toda a hora, desfeitos pelas bombas e não se vê como pôr termo a isto.
Se os soldados israelitas forem libertados haverá tréguas? Ainda pode haver tréguas depois de toda a fúria e destruição das últimas horas? Não parece possível. Não há retorno. Temo que esta história acabe muito mal, pior do que somos capazes de imaginar.
O Iraque continua a ferro e fogo. Os americanos não sabem o que fazer. Estão enfiados em quartéis, metidos em buracos, enquanto assistem ao resultado da democracia à maneira iraquiana que com mil cuidados para ali exportaram na ponta das metralhadoras. Na Faixa da Gaza a confusão é total. Para nós, sentados nas nossas casas com as ventoínhas ligadas, tudo isto parece o fim do mundo a acontecer no fim do mundo. É como um filme, um documentário, o making of de uma série de guerra filmada lá longe, na terra "deles". Qual será o impacto desta onda de violência nas nossas vidas?
O que pensar? O que fazer ou não fazer, ou não dizer? A esta distância tudo isto parece uma insanidade absoluta. O pior de tudo, o mais perigoso, é que se calhar não é! Se calhar tudo isto faz todo o sentido e só podia ser assim neste planeta abandonado à nascença pelo Deus que o inventou. Se foi por graça Deus não tem qualquer sentido de humor que um ser Humano possa compreender. É o mais certo.
sábado, julho 15, 2006
Painel de azulejos
O QUE É UMA SEREIA?
Uma sereia é um híbrido meio peixe meio mulher
O QUE SIGNIFICA O CANTO DAS SEREIAS?
O canto simboliza a atracção encantatória que a beleza feminina exerce sobre o homem
Partindo destes simples pressupostos a componente visual do painel é criada a partir de colagens, ao estilo surrealista, de imagens de peixes e nus femininos retirados da história da pintura ocidental. As imagens foram recuperadas da Internet, sendo a baixa resolução totalmente assumida.O painel é constituído de azulejos monocromáticos, em dois tons de azul, um conjunto de seis colagens com dimensões diversas, realizados na técnica da fotocerâmica e para efeitos de contextualização acrescenta-se uma citação do texto de Homero que refere as dificuldades de Ulisses, utilizando o tipo de caracteres 'Moura.ttf' criado por mim nos anos 80.A natureza do projecto, onde se exibe o nu feminino num enquadramento surrealizante, deverá produzir o efeito do 'Canto das Sereias', ou seja atrair o público para junto do painel.
Informação recebida via e-mail
sexta-feira, julho 14, 2006
Desprezível!!!
Que tipo de autoridade moral (para não falar de outros tipos de competências) resta à Ministra Lurdes Rodrigues para vir cuspir indignidades sobre o trabalho dos professores nas escolas?
A "solução" despachada à velocidade da luz pelo secretariozito de estado, permitindo a repetição dos referidos exames, vem mostrar a total ausência de dignidade democrática que campeia nos corredores esconsos do ministério.
Então em que ficamos? O que correu mal? Quem é responsável por esta inqualificável alteração de regras a meio de um "jogo" que põe em causa o futuro académico de tantos estudantes?
Vi na SIC Notícias a responsável do GAVE acusar os suspeitos do costume. Se a coisa deu para o torto a culpa é dos professores, dos manuais escolares e dos alunos. Que lata!!! Esta senhora (de quem não sei o nome) deve ser a primeira a ser corrida do lugar que ocupa, directamente para os supranumerários da Administração Pública. Há muita latrina por limpar, a começar pelas cabeças de alguns responsáveis ministeriais.
Se a culpa fosse assim tão evidente não viria o ministério avançar com a repetição dos exames. Estão a brincar com quem? Neste país nunca ninguém tem culpa de nada. Caga-se no meio da rua e diz-se que a merda saíu do cú do parceiro do lado nem que este ande a precisar de caixotes do Amigo do Intestino e mesmo assim continue sem vazar a cloaca.
Lurdes Rodrigues não pode virar a cara nem tapar o nariz. Esta merda cheira pior que a encomenda! Ou limpa o ministério e assume culpas no cartório ou apenas tem uma solução: o olho da rua!!!
Uma visita ao site http://www.min-edu.pt/ mostra como uma situação desta gravidade tenta ser ignorada e omitida. Há avestruzes com mais coragem que este ministério e pescoço bem menos comprido que certas luminárias intrometidas no trabalho alheio. No dito site nem uma referência a esta vergonhaça. Nada!!!
Chega de indignidades.
Vão chatear o Camões!!!
Fica lá com essa gaita!
Não deve haver memória de governante mais irresponsável, mais boçal e menos inteligente do que este aprendiz de ditador.
Fraco aprendiz, diga-se de passagem.
Que me desculpem os madeirenses decentes mas acho que se devia levar a sério o desejo indesejado deste gajo e dar a independência à Madeira.
Que fique com a sua poncha, mais o seu bolo de mel e os negócios escuros e se amanhe quando lhe forem bater à porta para cobrar a dívida que se acumula para este gajo poder andar de tesoura em punho a cortar fitas sem parar. Inaugura os primeiros 10 quilómetros da estrada e depois mais 5. Finaliza com uma festa a propósito de uma eleição qualquer, de copázio em punho, a cuspir cobras misturadas com lagartos, disparadas em todas as direcções enquanto inaugura mais 100 metros da dita estrada.
Os governantes são a imagem daqueles que governam.
Sinto um arrepio de vergonha quando vejo Cavaco a gaguejar tolices sem sentido. O meu espelho chia, dobra-se e ameaça quebrar.
Quando vejo (sobretudo quando ouço) o Alberto João penso porque carga de água não pode esse gajito ser ditador independente? Porque tem ele de enxovalhar e emporcalhar diariamente a nossa "jovem" democracia consolidada?
O Sr. Silva, como chamou um dia ao actual Presidente da República, não tem tomates para chamar o Jardim ao palácio e dar-lhe um valente puxão de orelhas?
Quando chamava Sr. Silva a Cavaco, Alberto João estava agastado com ele e queria que se pusesse a milhas do partido uma vez que, na óptica do soba madeirense, prejudicava o PSD sempre que tentava ser imparcial nas suas proféticas apreciações.
Agora nem Jardim ladra nem Cavaco mia. Não haja dúvidas que na política portuguesa o Vice-Rei da Madeira é uma nódoa impossível de limpar.
Independência para a Madeira JÁ!!!!
quarta-feira, julho 12, 2006
Sinceramente, ó meus!
Então a Federação Portuguesa de Futebol tem a distinta lata de propor isenção de IRS para os prémios dos jogadores da selecção!!!??? Tão lusitanos que eles são, tão sofredores pela causa nacional e agora querem que não se lhes cobre o imposto devido!?
Não sei o que pensam exactamente os jogadores sobre a questão, o mais certo é não pensarem nada, como de costume. Pensarão que é preciso trabalhar, levantar a cabeça e encarar os jogos um a um, que farão tudo para ganhar e dar o seu melhor e que o grupo é espectacular e merece todo o carinho que lhe possamos dar. Fico sempre com a sensação de que os jogadores são incapazes de raciocinar para lá deste tipo de baboseiras sem sentido nem consequência. Espero estar enganado. Espero que só falem assim porqe têm a consciência plena de que o mundo do futebol não tem nada de democrático, bem antes pelo contrário, e quem tiver ideias próprias arrisca-se a ser castigado pelo patrão. Um jogador profissional de futebol nunca, mas mesmo nunca, deve pôr em causa a voz do dono.
Só não percebo como é que uns gajos que ganham mais num mês do que a maioria dos seus concidadãos ganham numa vida inteira têm necessidade de vir para a praça pública com uma treta destas. Sinceramente, ó meus! Parece que quanto mais dinheiro se tem mais ganancioso se fica. Estou convencido que aquilo que pretendem ver "perdoado" no prémio não passa de trocos miseráveis para a maioria dos jogadores. Porque arriscam desta forma o capital de simpatia e admiração conquistados com tanto sangue, suor e lágrimas lá pelas terras da Germania? O povão não está a perceber muito bem esta novela de faca e alguidar.
Deixem-se de merdas e paguem o que devem, ó meus, que isto não está para brincadeiras.
domingo, julho 09, 2006
Sua Santidade
Ratzinger, o Papa, tem o olhar de uma fuinha insensível (sim, porque há fuinhas capazes de actos de amor às fuinhas que lhes são próximas) e não inspira sentimentos de compaixão. Comparado com o defunto Wojtyla, que tinha ar de avôzinho meio perdido, este novo velho Papa apresenta-se algo sinistro, como um vampiro disfarçado de exorcista.
Vem isto a propósito do texto de Frei Bento Domingues no Público de hoje com o título "Jesus e Buda". O episódio aí narrado com o Dalai Lama por protagonista mostra como Budismo e Cristianismo podem cruzar-se pacificamente neste tempo e neste espaço enquanto correntes de meditação e pensamento ocupadas na reflexão aberta e o mais pura possível sobre o mundo que nos rodeia na tentativa de descobrir uma via que nos possa transportar a um outro mundo.
Não estou a ver que Budismo e Catolicismo possam encontrar esse espaço de convivência pacífica aí proposto. A igreja católica é demasiado esfomeada de almas para permitir que alguma ovelha abandone pacificamente o seu rebanho. Conta a História que em inúmeras situações preferiu matá-las a perdê-las.
Penso que é cada vez mais importante mostrar bem a diferença entre ser Cristão e ser Católico já que são coisas tão diferentes como ser Humano e ser Português. Nem todos os cristãos são católicos da mesma forma que nem todos os seres humanos são portugueses. Isto parece estúpido de pensar e, ainda mais, de se escrever, não parece? Mas não será tanto assim se notarmos o facto de a igreja católica reclamar direitos inerentes à sua suposta implantação e influência sobre os cidadãos. Há demasiadas ovelhas que são católicas por não distinguirem a erva que pastam da merda que cagam.
Na imagem vemos Sua Santidade a proteger-se do Diabo com uma gesto de defesa típico .
sábado, julho 08, 2006
Ó Que Cenaça!
O Jean-Marc, o Zeto, o Sá, a Marta, todos em festa no palco e à volta dele, mas a figura que me prende mais a atenção continua a ser o Lima.
Com este gajo a guitarra portuguesa é um instrumento impossível, uma coisa de outro mundo, um OVNI, um poço de som sem fundo nem tampa. A inventividade musical deste portento com dedinhos de prata é digna de nota. O grupo é coeso e tudo faz sentido. Uma festa a não perder caso se possa participar.
Continuam até dia 21, se o jornal não estiver errado, às sextas-feiras a partir da meia-noite. Como os fantasmas. Mas que fantasmas, senhores!
Se não é lindo anda por lá perto.
sexta-feira, julho 07, 2006
O ódio
Israelitas matam palestinianos que adorariam matar israelitas mas não têm a força que os israelitas têm para o fazer. Então vão-se a eles com bombas atadas à cintura e BUM. Nos autocarros, nos restaurantes, qualquer lugar serve. É uma carnificina infinita.
Todos os dias recebemos notícias desta sangueira com uma naturalidade inquietante. Parece fazer parte da natureza dos povos. Os israelitas e os palestinianos odeiam-se, toda a gente sabe disso! Mas poderá ser assim tão simples, tão lisinho, tão sem sentimento que não seja a raiva mais primária?
Sei que é fácil viver aqui (digam lá o que disserem), ter a barriga confortável e saber que amanhã o maior problema será o calor ou a distância. Incómodos desprezíveis. Posso imaginar que vou rir, comer bem... se tudo correr como previsto estarei de volta ao remanso do lar a tempo de ver o Portugal-Alemanha sem temer que o céu me caia em cima da cabeça, ameaça que os israelitas já fizeram para as terras da Faixa de Gaza.
Habituados a odiar os gajos do clube rival e os que nos passam à frente na fila se calhar já não sabemos o que é isso, o ódio. Ódio verdadeiro, de nos levar a desejar a morte de outro ser humano. Sinceramente não sei o que isso seja ou o que possa significar cá dentro, nas minhas entranhas.
Estou em crer que milhares de israelitas e milhares de palestinianos têm a mesma dúvida: o que é o ódio? E no entanto...
quarta-feira, julho 05, 2006
Dúvida
O que andarão a fazer ou a pensar os líderes norte-coreanos? Que cena é esta de terem lançado 3 mísseis sem aviso, deixando o resto do mundo a fazer contas de cabeça? O que poderá isto significar?
Os EUA iniciaram a guerra no Iraque dizendo que procuravam armas de destruição maciça. Toda a gente percebeu que esse argumento não passava de uma desculpa de mau pagador.
Na Coreia do Norte há, comprovadamente armas perigosíssimas nas mãos de um louco varrido, mais varrido do que Saddam Hussein alguma vez sonhou poder ser. O que irá passar-se a seguir?
Enquanto andamos a ver na TV serviços noticiosos que abrem com notícias do campeonato do mundo em futebol e ficam a falar infinitamente do assunto, a Faixa de Gaza é cada vez mais um inferno e os mísseis coreanos caem no mar, a 500 quilómetros do Japão.
Até parece que os loucos furiosos aproveitam a deixa para cometerem actos de loucura absoluta. Estarão estas coisas ligadas? Comparado com isto percebemos como a "crise" dos cartoons foi uma historieta de merda, sem assunto nem sentido.
Haverá nos líderes norte-coreanos um desprezo absoluto pelo nosso mundo? Poderão estar a preparar algo verdadeiramente estúpido? A coisa está pouco animadora. O mundial começa a perder a piada. Ou ainda não?
domingo, julho 02, 2006
O homem das 1000 cabeças
Pede-se à plateia que diga o nome de um artista relacionado com "a" palavra.
O nome brota dos lábios da maioria dos presentes. Ora tem o aspecto de uma flor que desabrocha numa velocidade 500 mil vezes superior à que seria normal, ora parece uma barata gigante, com bigodes no lugar das antenas. E tantas patas que faz corar de vergonha uma centopeia.
O nome é: Salvador Dali!
A vida é muito injusta e a História é-o ainda mais. Então a História da Arte é incompreensivelmente malvada para com alguns dos que fizeram da pequenez humana um imparável motor da sua grandeza.
O nome devia ser Max Ernst.
O nome "é" Max Ernst!
A inventividade técnica e a imaginação sem limites de Ernst trouxeram ao mundo coisas inomináveis as quais ele baptizou alegremente, noutro exercício criativo assombroso. Não há palavras que preencham a necessidade de encontrar uma explicação para o universo.
Decalcomania, frottage, colagem, sei lá que mais. Atirar um pano embebido em tinta sobre uma tela e ficar à espera que, da mancha assim produzida, surja a forma, que a imagem se liberte por si mesma... é automatismo psíquico, não? Pode ser. E que interessa isso?
sábado, julho 01, 2006
Buuuuh!
Há fantasmas de carne e osso. João Jardim, por exemplo, é um fantasma com muito mais carne que osso. Assombra o país inteiro com as suas bocas peludas, daquelas com pêlos na boca... uma nojeira! Mas, apesar do sêbo, é um fantasma com nome e cara de chouriço. Sabe-se que existe e confirma a suspeita.
Há fantasmas virtuais, daqueles que andam por aí e não se tem bem a certeza que existam. Se um de carne e osso pode cheirar mal já um virtual não cheira a nada, nem a merdoca nem nada.
O Amigo da Onça era um boneco de um cartoon que eu gostava à brava quando era miúdo. Saía numa revista brasileira qualquer que aparecia em casa do meu avô paterno e eu costumava copiar a personagem e tentar ir mais longe naquilo que conseguia compreender do seu humor, com infantilidades, pois então.
O amigodaonça não sei bem o que seja, mas imagino que seja um coiso feio e tipo João Jardim, com muito mais carne que osso, coiso que se mastiga mais do que se possa roer e, no fim, se cuspa para o pote dos escarros, para junto dos familiares e amigos.
Confesso que me irritam todas as personagens, mesmo as virtuais, que vêm arrotar postas de pescada sem saber do que falam e se armam em caras de cú quando nem o cú são capazes de assumir, caso contrário arriscar-se-iam a levar um valente pontapé no dito. Ou nem isso.
Para quem possa estar a pensar que merda de conversa é esta, estou a dirigir-me a um palonço qualquer que resolveu comentar o meu post anterior.
Eu sei que isto de manter um blog tem qualquer coisa de adolescente (ver post de Sábado, Dezembro 03, 2005 Blogue, blogue, bloooogue). É claro que um imbecil não se caracteriza pelo cuidado investido em tentar deixar de o ser. Um imbecil é um imbecil em todas as situações da sua vida pois não compreende a própria imbecilidade. É por isso que é um imbecil. Por isso e mais algumas coisitas, decerto.
Se o imbecil que assina amigodaonça ler esse post ficará elucidado e perceberá porque razão não digo mais nada a estúpidos que não conheço de lado nenhum (acho eu).
Pois, e esta conversa tão agressiva justifica-se por isso mesmo: não tinha mais nada a dizer nem que fazer, por isso resolvi dar alguma atenção e consequente conforto a este tótó sem nome, nem tomates, nem tromba, nem nada que se possa ver.
Um fantasma.