"É o bicho, é o bicho, vai-te devorar..." como cantava um certo cantor (qual o seu nome?) num tema que teve grande êxito e punha muita gente aos pulinhos. O bicho não esmoreceu (ele nunca vai esmorecer) e continua por aí, a cheirar, a lamber o beiço, a arreganhar a tacha, olhinho luzidio, contente por partilhar contigo este mundo no qual interpretas o papel de idiota gorducho pronto a ser papado. O bicho nem precisa ter fome, bastam-lhe os dentes.
E se a maioria dos cidadãos for fascista por instinto e vocação? E se andares por aí a proclamar justiça e humanidade aos vizinhos estando eles simplesmente a cagar-se no que dizes, no que és e representas? Já pensaste nessa possibilidade? Eu penso nisso. Cada vez mais.
Se os fascistas vierem a ocupar as cadeiras do poder estou feito ao bife mas não será isso que me transformará em pateta alegre. Só espero que a raiva (ou será coragem) que hoje me enche o peito perante uma besta fascista não se esvazie caso a besta se transforme em governante.