Sim, eu compreendo, ler umas palavras escritas por um gajo qualquer num blogue perdido na confusão florestal da Internet é algo quase estranho. Cada dia que passa a nossa atenção é mais e mais solicitada de diversas formas; com maior ou menor agressividade, de forma mais melodiosa ou imposta por voz autoritária, a requisição dos nossos amores é feita pela publicidade, pela informação jornalística (24 horas-dia, 7 dias da semana), pelos vendedores de felicidade, pelas sereias, pelos vigaristas, pelos profetas, pelas plataformas digitais, tik-tok, tik-tok, o relógio substituído, pelos políticos de todas as formas e feitios... textos e imagens, sobretudo imagens, imagens em movimento, submergem a alma do confuso cidadão que esbraceja sem saber muito bem se é a maré que o puxa, se é ele quem a empurra para a costa.
E, dás por ti, ainda lês estas palavras. És um dos 7 ou 8 que o fazem com alguma regularidade. Estás neste recanto escondido de um beco sem saída na Cidade da Informação e pensas... não faço a mínima ideia do que estás a pensar mas, imagino, gosto de te "ver" por aqui, seja qual for a razão que te trouxe até este lugar.
Apesar de tudo, tenho a ilusão de quebrar um pouco o isolamento escrevendo nestas 100 Cabeças, insistindo em arrastar os meus passos pelas ruas desertas da zumbisfera. Até mais logo.