Os americanos declaram a relação que imaginam ter estabelecido com Deus através da célebre formulação "in God we trust" que espalham, principalmente, através das notas de dólar. É uma cena um bocado à Moisés, na base da "cúnfia", acreditando que Deus, por via da confiança declarada, os beneficiará de algum modo. É uma cena que se estabelece mais num certo espírito mafioso do que propriamente evangélico. Os americanos imaginam Deus como uma espécie de padrinho. Eles confiam em Deus, falta saber se Deus confia neles.
Os Estados Unidos constroem o seu imaginário numa base estranhamente beata. Os seus dirigentes (de Reagan a Obama) estão constantemente a encomendar a alminha pátria à divindade. Por vezes parece que os EUA são uma teocracia onde o lugar de Deus é ocupado pela notas de dólar. Será tanto assim?
Este voraz deus americano (o dólar) é implacável para com os "loosers" e indecentemente complacente para com os "winners" tornando aquele país (os EUA são um país?) uma imensa esterqueira moral e ética que, por ser o "farol do mundo livre", exporta a sua porcaria para quase todo o mundo.
Nos tempos que correm o "sonho americano" vai perdendo fulgor. O deus dólar esvazia-se perante os nossos olhos como se a democracia americana fosse produto de uma gravidez histérica. A China aguarda o seu momento, placidamente sentada na penumbra da História. E nós? Nós pessoas, nós Humanos, o que podemos fazer além de esperar na sombra, juntamente com a China?