Terminou ontem a residência artística de Banksy nas ruas de Nova Iorque. Os trabalhos realizados foram sendo expostos aos olhos do resto do mundo neste site (clica aqui).
Banksy já se tornou o maior fenómeno da chamada street art e é conhecido um pouco por todo o lado onde houver meios de comunicação de massas que ultrapassem as notícias sobre a lingerie sexy de artistas pimba e os pensamentos profundos de dirigentes e jogadores de futebol. A cada dia que passa Banksy vai-se transformando numa autêntica lenda urbana.
O facto de manter uma identidade secreta faz dele uma espécie de super-herói de banda desenhada. Tal como o Batman ou o Homem-aranha, Banksy está a ser colocado num pedestal na sala do museu da cultura Pop. Ele é um dos primeiros artistas a garantir que o seu nome fará parte da História da Arte do século XXI. Isto partindo do princípio que haverá alguém para virar a página do calendário para o século XXII.
Banksy já é um artista mais ou menos imortal (como todos os outros). O problema é que a imortalidade já não tem condições de garantir aos que dela gozam o triunfo definitivo sobre a morte. Só um bocadinho.
5 comentários:
Mas Banksy é também um alarmante sinal do tempo, de um tempo em que as industrias tradicionais da arte estão a desaparecer. No passado recente havia um circuito bem definido à volta da natureza do trabalho e a sua componente económica, sabia-se que o trabalho significava dinheiro para o artista porque por sua vez esse mesmo trabalho era uma forma de investimento. Quem é que hoje em dia investe dinheiro numa "coisa" que tem tem tudo de efémero? Já para não falar da arte virtual ( a que se faz nos computadores), que existem sem que exista o "original". O sucesso de Banksy é, diria, uma excepção ( economicamente falando), mesmo não percebendo eu muito bem o que é que se vende dele numa galeria, porque para mim o trabalho dele só tem relevância na rua e quase nenhuma numa tela. Mas o que se passa com a arte tb se passa com outras industrias; o livro, o cinema, a música. Será que virá aí uma nova industria que consiga substituir
a do passado ou será que vamos mesmo assistir à morte de uma economia sem que esta seja substituída por outra?
De qualquer modo, e considerações à parte, também eu sou um deslumbrado com o trabalho dele.
Sendo um admirador incondicional d BANKSY, aconselho-o que, sendo um imortal, não venha para Portugal !
Ficará sem reforma...
Banksy se lê-se seu texto agradeceria. Tudo muito bem posto.
A imortalidade da arte só interessa aos vivos.
Quanto à economia, ela já está a ser substituída por outra: a economia digital. As pessoas é que ainda não repararam.
Rui, estarão as indústrias tradicionais da arte a desaparecer ou a transformar-se? Desde quando o vídeo é considerado uma arte? E a fotografia?
João, pagar uma reforma eternamente... só a Deus. E decerto estamos já a pagá-la.
Eduardo, grato pelas suas palavras.
Jorge, economia digital, fantasmas, artistas imortais, estamos cada vez mais no espaço do incorpóreo.
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