Anda por aí uma ventania meio maluca a despentear as ideias de muito boa gente (e de gente má também) por causa do célebre acordo ortográfico para a língua portuguesa (ver texto do acordo em http://www.lusografia.org/ao/acordo-1990.htm). À boa maneira cá da gente, os que falamos esta língua, o dito acordo nem ata nem desata. Ele é uma coisa pouco amada por estas bandas do rebordo da Europa. Talvez por isso os representantes de Portugal vão dando uma cravo e três ou quatro em cheio na ferradura, fazendo sofrer o Acordo e quem nele acredita.
Muito sinceramente ainda não percebi tanta hesitação, muito menos o impulso conservador que vai tolhendo a decisão dos portugueses no sentido da activação do tratado. A língua que se fala é o resultado dos que os nossos olhos não conseguem dizer e a nossa mente é incapaz de mostrar para o lado de fora que não seja a palrar ou a escrever.
Quiseram as curvas do destino que o Português viajasse ainda mais que os portugueses. Daí que haja tantos falantes capazes de perceber de fio a pavio o conteúdo deste texto, assim mesmo, só de olhar cá para dentro.
O Acordo Ortográfico não me parece que vá alterar grande coisa. Apenas vai simplificar a ortografia e evitar alguns erros que cometemos com toda a singeleza. Quer dizer, no meu caso vai fazer com que dê muitos mais erros, uma vez que não me estou a ver a atinar de imediato com a coisa toda.
Mas, como ensino aos putos na escola, não vale a pena termos medo do ridículo. Errar é humano. Há até quem diga que o ser humano é, ele próprio, um erro de Deus. Assim como assim o Acordo pode ser aplicado já amanhã. Tenho quase a certeza que o Sol vai continuar igualzinho. A menos que venha chuva.
Mas, como ensino aos putos na escola, não vale a pena termos medo do ridículo. Errar é humano. Há até quem diga que o ser humano é, ele próprio, um erro de Deus. Assim como assim o Acordo pode ser aplicado já amanhã. Tenho quase a certeza que o Sol vai continuar igualzinho. A menos que venha chuva.