terça-feira, dezembro 25, 2007
O fiel amigo
sexta-feira, dezembro 21, 2007
O que é o Natal?
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Interlúdio
Francisco Goya, o Surdo. A noite passada andei com um livro sobre a obra de Goya e um catálogo de uma exposição de gravuras da sua autoria para trás e para diante. Folheei, li. Voltei a folhear e a reler. O surpreendente Goya. Uma visita ao Museu do Prado, em Madrid, para ver alguns dos trabalhos do Mestre. Incomparável Goya. Quase Deus, revelado na genialidade de Goya. Deus quase é revelado. Ah, enormérrimo Goya!
terça-feira, dezembro 18, 2007
Olha quem fala!
domingo, dezembro 16, 2007
Saudade
sábado, dezembro 15, 2007
Feliz Natal, pessoal!
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Já fomos...
Apesar de tudo e tendo em conta a participação popular nos anteriores referendos realizados no nosso santo país, talvez seja melhor assim. Sempre podemos encher o peito de ar e berrar uns impropérios sobre estes neo-fascistas de pacotilha que nos impõem a vontade das multinacionais sem sequer nos pedirem licença. Se o povinho fosse chamado a manifestar-se nas urnas e participasse com uns 30% de votantes era uma vergonha do caraças e ainda teríamos de ver aqueles estadistas incomparáveis a rirem-se do pessoal.
Assim sendo podemos invectivá-los à vontade porque o povo é soberano (esta expressão é de ir às lágrimas!).
segunda-feira, dezembro 10, 2007
O amigo Kadhafi (e outros seres vivos)
João Paulo Guerra, "Diário Económico", 10-12-2007
Afinal o que é mais importante nas relações entre a Europa e a África? Ou então: quantas europas há? E quantas áfricas? Ou ainda: um ditador pode ser eleito democráticamente? E por aí adiante.
A célebre cimeira que ontem terminou, afinal, pariu um rato. Quando muito pariu uma ratazana. Sócrates e Barroso esforçam-se por considerar a dita cuja como tendo sido uma página dos livros de História acabadinha de ser escrita. Uma página brilhante, a ser lida com admiração e devoção pelas gerações futuras, os seus nomes recordados como sinónimos de grandes estadistas, homens capazes de ombrear com os gigantes políticos do passado, capazes de fazerem sombra aos gigantes políticos do futuro.
Na verdade não parece ter saído dali nada de substantivo. Uma nova postura entre os dirigentes dos dois continentes vizinhos, possibilidades de entendimento no futuro, negócios meio encobertos por divergências difíceis de ultrapassar, um leve agitar de fantasmas do passado.
Mas nada garante que esta cimeira seja recordada tal como poderá não ser esquecida tão depressa. O que ficou foi um conjunto de imagens que juntam alguns déspotas mais ou menos sanguinários com políticos ambiciosos e ávidos de protagonismo que, para posarem juntos na fotografia, evitaram falar de assuntos melindrosos e substituiram dentes cerrados por sorrisos luminosos.
Kadhafi é, afinal, um amigo. Um gajo porreiro. Um líder africano amado e admirado deste lado do Mar Mediterrâneo. Ou não é? Ficou a imagem de uma espécie de zombie a flanar por aí, com ar de estar a drunfar duas caixas de Valium 10 em cada hemisfério cerebral. Sócrates apertou-lhe a mão, fez-lhe alguns elogios mais ou menos velados, indicou-lhe o caminho, sorriu-lhe, fez tudo o que podia para não melindrar o amigo Kadhafi. Em nome de quê? Negócios. Dinheirinho. É a Economia a ditar a amizade entre os povos. Essa deusa universal, capaz de fazer esquecer as diferenças e aproximar os opostos. Essa deusa da amizade.
Foi bonito de ver os amiguinhos a apertarem as mãos em vez de apertarem as respectivas gargantas.
domingo, dezembro 09, 2007
Sem título (e sem imagem)
Uma historinha de amor (Eu Africa...)
Portugal é quase África pelo calor e pela bonomia de uma parte significativa da população. É quase África por se ter misturado nela e tê-la trazido consigo, espalhando-a pelo resto do mundo todo. Portugal é parte de África por vocação e por paixão.
A cimeira UE-África que tanto tem agitado os últimos dias da nossa capital é apenas mais uma prova desta paixão, uma carta de amor transviada, um novo pedido de casamento, desta vez envergonhado. Queremos lá saber que Mugabe é isto ou Kadhafi aquilo. Que é isso dos direitos humanos quando a paixão é tão grande que só conseguimos ver aquilo que nem sabemos querer ver?
Esta cimeira é uma coisa bonita de se ver, é quase poesia, é quase só amor... ao que parece amor não correspondido.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Acordo
Mas, como ensino aos putos na escola, não vale a pena termos medo do ridículo. Errar é humano. Há até quem diga que o ser humano é, ele próprio, um erro de Deus. Assim como assim o Acordo pode ser aplicado já amanhã. Tenho quase a certeza que o Sol vai continuar igualzinho. A menos que venha chuva.
quinta-feira, novembro 29, 2007
2 anos e uma prova de que a beleza pode ser mais enfadonha que um discurso do saudoso Jorge Sampaio
Dois anos de vida e um quase soninho descansado entre 7 mil almas que enchiam as bancadas do Pavilhão Atlântico.
terça-feira, novembro 27, 2007
MUMIA
segunda-feira, novembro 26, 2007
A coisa está a ficar mesmo bera!
Há uma ditadura do senso comum a impor-se, sem sufrágio nem programa, uma ditadura que é fruto da mais rasteira propaganda mediática e que tem, por objectivo ao que parece, zelar pelo nosso bem-estar, saúde e segurança, nem que para isso tenhamos de ser catigados, enxovalhados e mandados para um centro de recuperação de qualquer coisa esquisita. Moda e publicidade, aliados a um súbito desvelo pela forma física, querem fazer de nós todos uma coisa só, hordas de Super-Barbies a abanar a peidola para hordas de Super-Kens e vice-versa e etc. que os tempos são de tolerância em termos sexuais (dizem, mas não sei se acredite). Só é pena que este amor pelo aspecto físico não tenha paralelo em termos intelectuais. Os senhores que gerem esta merda toda escondidos na sombra, esses Big Brothers de pacotilha, ou não perceberam nada da herança grega e deturpam a Democracia esquecendo que um corpo são só faz sentido se, primeiro, empacotar uma mente sã, ou então são pura e simplesmente uma corja de pulhas enfatuados e amarelados pela indolência, com um gosto infantil por gadgets tecnológicos, carros de marca e mobiliário XPTO.
Inclino-me mais para a segunda hipótese. Penso que está a chegar a hora de fazermos frente a esta onda de merda que ameaça submergir as nossas liberdades individuais em nome da saúde e dos interesses da "nação" ou do "estado" ou lá quem é que se alimenta do nosso trabalho e do nosso sangue. Os monstros devem matar-se, sempre que possível, antes de sairem do ovo. Mesmo bébés já são terríveis adversários. É por isso que lhes chamamos monstros.
quinta-feira, novembro 22, 2007
Experiência pedagógica
Esse Jorge
Foi anteontem, no Coliseu de Lisboa. Jorge Palma, ao vivo. Sala cheia. Tudo sentado. O Coliseu dos Sentados! Sabe mal, principalmente quando queremos mostrar ao corpo aquilo que o cérebro está a sentir e temos de nos ficar por umas palmadinhas na perna ou aquele esticar de pescoço meio tôlo, a acompanhar o ritmo. Sentadinhos. Mas esse Jorge aí tem aquela outra coisa qualquer, difícil de explicar ou exprimir, uma coisa que nos faz gostar de estar ali. Que nos faz sorrir. Que nos torna cúmplices uns dos outros.
Escrever ou falar desse Jorge, o Palma, é redundante. É que, ainda por cima, podemos ouvi-lo. Seja em silêncio ou aos gritos. Sentados ou em pé. Mesmo deitados podemos ouvi-lo.
Ouvi-lo. É aí que reside o prazer.
Força Jorge. Estamos contigo.
O vídeo que acompanha este post é de uma versão de "Portugal, Portugal" (dava um bom hino nacional!) ao vivo na estação de metro do Cais do Sodré.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Democracias
A Democracia há muito que deixou de ser coisa grega. Quando os Iluministas do século XVIII elegeram a Razão como princípio orientador da espécie humana e a Felicidade se tornou um fim a atingir neste mundo (e não no outro), assistimos ao início de um novo modo de interpretar a Democracia que haveria de nos oferecer as sementes dos actuais sistemas políticos ocidentais. As grandes revoluções (a americana, a francesa e, antes delas, a Gloriosa Revolução nas Ilhas Britânicas) travaram em definitivo o Antigo Regime e o Liberalismo haveria de derrubar, paulatinamente, os regimes Absolutistas. Começava a Era Contemporânea com todo o esplendor e miséria que hoje conhecemos.
Hoje as diferentes Democracias que se espalham pelos 4 cantos do mundo funcionam como espelhos dos povos. A nossa é tristonha e cinzenta. A venezuelana é colorida e folclórica. Na China interpretam-se os princípios capitalistas numa estranha mistura com resquícios do sistema comunista. Cada povo vai encontrando a sua forma de expressão política em função da sua História e das características específicas do seu tempo e do seu espaço.
Na História da Arte aprendemos que os diferentes estilos, alinhados na cronologia da evolução das formas artísticas, se adaptam e geram imagens semelhantes mas com características diferenciadas. Num mesmo tempo, em espaços geográficos diferentes, as formas de expressão artística raramente são iguais. Quando muito são equivalentes.
A Política é uma espécie de forma de expressão de um povo, a arte suprema: a arte da organização social. Enquanto cidadãos temos o direito e o dever de contribuir, com a nossa acção quotidiana, para a caracterização dessa forma de expressão colectiva. Enquanto seres civilizados não temos o direito, nem o dever, de impor a nossa forma de expressão a quem a não quiser partilhar.
A Liberdade é a expressão máxima da Beleza. Sejamos livres. Permitamos a Liberdade alheia.
domingo, novembro 18, 2007
Uma coisa que incomoda
A história do tratado constitucional é a história de uma fraude política. Alguns povos recusaram a Europa mais ou menos federal, assim como a Constituição. Fez-se um tratado praticamente igual, mais complexo, mais técnico, mais incompreensível. Com os objectivos explícitos de enganar a opinião; de aprovar furtivamente o que tinha sido recusado; e de evitar que houvesse novos referendos. Os argumentos dos defensores do tratado e opositores dos referendos são intelectualmente pobres, politicamente autoritários, tecnicamente medíocres e moralmente condenáveis. Dizem que "não vale a pena"; que "o parlamento é tão legítimo quanto o povo"; que "é muito complexo e técnico" e, por isso, "incompreensível para o eleitorado"; que "é igual ao anterior"; e também que "é diferente do anterior".
Não é só no método e no processo que este tratado é uma fraude. Também no seu conteúdo. Sob a aparência de um melhoramento, concretizado em competências marginais conferidas ao Parlamento Europeu, este tratado é um dos mais potentes recuos da democracia na Europa. O Parlamento Europeu, pela sua natureza, estrutura e função, não é uma instituição favorável à democracia. Por outro lado, este tratado relega definitivamente os parlamentos nacionais para a arqueologia política e confere-lhes um estatuto tão relevante para a liberdade como o de uma qualquer direcção-geral dos recursos hídricos.
Este texto é um excerto do Retrato da Semana de António Barreto, no Público de hoje. O titulo é Pobre Europa e, ao lê-lo, surge a sensação de que algo está a mudar na União Europeia. Fica a sensação de que os europeus estão a assitir à criação de uma nova forma de regime político em que a participação dos eleitores deixa de ser particularmente importante. Uma espécie de falsa democracia, baseada numa visão paternalista da política, em que os "chefes" são iluminados por uma bondade quase divina e aceitam arcar com todas as responsabilidades, aliviando os cidadãos do fardo que significa ter de pensar e escolher algo. Os votos populares só serão importantes para eleger os "chefes", pelo menos por enquanto.
Bem vistas as coisas e tendo em conta o exemplo português, os actos eleitorais são cada vez menos participados. Os eleitores abstêm-se na hora de votar. As percentagens da abstenção sobem a cada nova eleição. No que diz respeito aos referendos os números chegam mesmo a envergonhar. Esta apatia cívica encoraja os "chefes" a chegarem-se à frente na hora de decisões demasiado importantes para serem tomadas apenas por eles. Mas não é apenas em Portugal que este fenómeno se verifica. Um pouco por toda a União os cidadãos vão esquecendo os seus direitos e deveres para com o sistema democrático deixando que o futuro lhes seja encomendado por meia-dúzia de burocratas engravatados que não são, necessariamente, os mais brilhantes ou mais honestos de entre todos.
Anda aqui qualquer coisa que incomoda...
sábado, novembro 17, 2007
Ora toma lá!
sexta-feira, novembro 16, 2007
Vai chatear o Camões
terça-feira, novembro 13, 2007
A guerra
segunda-feira, novembro 12, 2007
Todos seremos perfeitos
Mas não é nada que não tenha remédio. O desenvolvimento tecnológico aliado a um refinado apuramento do sentido estético e do melhor bom gosto têm vindo a permitir um constante aperfeiçoamento do aspectozinho exterior de uma parte significativa da humanidade.
Os cirurgiões plásticos corrigem os mais variados defeitos, os dentistas oferecem-nos sorrisos luminosos e certinhos, os estilistas embrulham tudo com uma imaginação tremenda e surpreendente. Em última análise caminhamos para a uniformização do aspecto exterior dos seres humanos com capacidade económica para fazerem o jeito ao Criador de corrigir os Seus descuidos. Virá o dia em que milhões de Barbies e Kens, perfeitos como se tivessem sido fabricados a partir dos mesmos moldes, povoarão o planeta. Os feios e defeituosos serão enviados para guetos apropriados às suas malformações específicas, desaparecendo das ruas e dos meios de comunicação de massas. O mundo rejubilará na beleza e na perfeição da espécie.
À uniformização física corresponderá a uniformização do intelecto. Um mundo perfeito, habitado por perfeitos cidadãos. O sonho que Deus não sabe que teve mas que nós, filhos dilectos, nos encarregámos de Lhe recordar. Um mundo sem dor nem vício (pelo menos que se vejam), um mundo onde o amor prevalecerá sobre o ódio (pelo menos entre semelhantes), enfim: ainda lá não estamos mas para lá nos dirigimos.
Amen.
domingo, novembro 11, 2007
O corpo, gaiola da alma
No meio da papelada colorida encontrei esta "Família Portuguesa" número 2 de 2007. Não me tinha apercebido do número 1, nem sei se houve outras edições em anos anteriores, mas esta lá me captou a atenção. Pelo título da revista e pelas características do papel pensei que fosse mais uma daquelas publicações de seita religiosa, mas não. Havia uma pequena surpresa à minha espera.
A responsável pela edição é uma tal House of Trends Company com sede na Dinamarca. Eh lá, uma revista originária da Dinamarca intitulada "Família Portuguesa"! Olhando melhor pode ver-se que o corpo editorial trabalha algures a partir da Holanda e, por fim, a impressão é realizada na Alemanha. Caramba! As voltas que dá esta "Família Portuguesa" até chegar ás nossas caixinhas de correio.
Olhando para a capa ficamos com a sensação de que, afinal, há qualquer coisa de seita por trás da revistinha. Fala-se no salvamento de uma tal Maria Sofia, em dores que desapareceram, zumbidos nos ouvidos que foram curados e alguém que recupera energia para enfrentar a vida. Firmeza (de carnes), magreza, enfim, imagens e relatos de felicidade recuperada através de algo ou de alguma coisa. Lá dentro anúncios completam as reportagens e entrevistas que nos dão notícia de curas e recuperações quase milagrosas de uma série de personagens. Umas conhecidas dos écrãs de TV, outras anónimas mas igualmente felizes. Os anúncios são, invariavelmente, a produtos de uma tal Pharma Nord http://www.pharmanord.com/.
Enfim, a revista promete mundos e fundos para os utilizadores dos vários produtos desta empresa, tendo como matriz a recuperação da perfeição física seja qual for a idade desde que se recorra à utilização dos referidos fármacos milagrosos.
É um ataque vindo de terras do Norte da Europa tendo como objectivo tornar-nos a todos mais belos, mais perfeitos e mais felizes. A vida saudável a fazer das suas, o ideal do corpo são a tornar-se, cada vez mais, uma espécie de nova religião para a felicidade dos consumidores.
Passa-se a mensagem de que vale tudo para melhorar o nosso aspecto físico nem que, para isso, tenhamos de abdicar de pequenos (ou grandes) prazeres. É a proposta de dar a alma pelo corpo transformando-o numa gaiola dourada.
É para quem quiser.
sábado, novembro 10, 2007
Um Van Gogh, dois picassos, três mirós...
Nos meses (anos?) mais recentes têm sido transaccionadas muitas obras deste calibre com base e ponto de partida nos preços propostos. Frequentemente atingem-se novos recordes que deixam o comum dos mortais de queixo caído perante a dimensão do fenómeno e os donos das leiloeiras a esfregarem as mãos de contentamento. A cada novo leilão é mais um record que se ultrapassa. Isto tem sido assim.
Até que, um dia destes, não sei se anteontem ou no dia anterior, a Sotheby's não conseguiu vender "um" Van Gogh. O quê? Um Van Gogh sem comprador!!?? Soaram os alarmes e de imediato surgiu a palavra "crise". O mercado terá entrado em crise?
O que eu gostaria de frisar é que existe a possibilidade de o tal Van Gogh ser uma obra pouco apelativa. Talvez o objecto em si não seja particularmente brilhante e, mesmo numa situação tão abstrusa como é esta de comercializar objectos artísticos, haverá a necessidade um mínimo de paixão entre comprador e objecto. Digo eu. Ou seja, as tabelas de preços são estabelecidas segundo parâmetros específicos, vende-se mais o nome do autor do que o objecto propriamente dito.
Pessoalmente, para dar um exemplo, considero o Miró da colecção Berardo um pequeno horror, uma obra desinteressante. O Ernst dessa mesma colecção é pouco deslumbrante e os picassos também não são nada de extraordinário. Mas sempre são "um" Miró, "um" Ernst e "dois" picassos!
Para finalizar acrescento apenas que entre a paixão e o interesse monetário há uma distância imensa, difícil de quantificar ou explicar quando falamos de objectos de arte. Não creio que haja uma crise só porque "um" Van Gogh patinou num leilão. Talvez a tal paisagem não fosse assim tão apetecível ou então o preço base de licitação poderia ser apenas assim a dar para o exageradíssimo, uma vez que exagerado já ele era de certezinha absoluta.
sexta-feira, novembro 09, 2007
Timidez artística
quarta-feira, novembro 07, 2007
Caldo entornado
Nas escolas somos diáriamente confrontados com novas portarias, despachos e outras imbecilidades impostas nas mais variadas formas legislativas, num festival de burrice total e desconhecimento absoluto. A Ministra tem de ser imediatamente afastada do cargo levando com ela, pela mão, os seus secretários de estado e bem podem ir para o raio que os parta.
Estou absolutamente indignado com a forma como as escolas estão a ser tratadas por estes assassinos da educação, esta espécie de corja de talibans suicidas que a cada dia enterram mais e mais um sistema educativo moribundo que assim desce à cova quando ainda respira.
Uma lástima!
Este post é um desabafo, uma manifestação de raiva profunda, provocado pela impotência que sinto perante a imposição de regras que sei (todos os professores sabem!) serem catastróficas para a nossa vida profissional e, pior, para o bom funcionamento da vida nas escolas por esse país fora.
Ministra para a rua, já!
segunda-feira, novembro 05, 2007
Mariza na terra do Tio Sam
Mariza andou em digressão por terras do Tio Sam (com uns saltinhos até ao Canadá). Rezam as crónicas que o sucesso desta tournée foi enorme. Não admira, Mariza é uma figura excepcional e canta como poucos. Cá pela santa terrinha as opiniões dividem-se. Há quem goste mais e quem goste menos desta fadista assombrosa (como se percebe pela conversa eu sou dos que gostam muito mais que menos). O costume, temos uma certa dificuldade em aceitar a grandeza dos nossos e acabamos a endeusar certos papalvos só porque que nos cantam em inglês musiquetas da moda. Nada de mais.
Neste vídeo, retirado do You Tube, Mariza canta "Ó Gente da Minha Terra" num daqueles shows de TV americanos em que se consomem banalidades e se dizem enormidades como se isso fosse a coisa mais natural da condição humana. Mariza oferece uma performance poderosa, como é seu hábito, ao ponto de David Letterman, o apresentador que começa por se referir a ela com palavras algo jocosas, acabar meio aparvalhado perante o que viu e ouviu.
A Velha Europa de visita à Jovem América (do Norte).
É Natal?
Este ano, de Outono anormalmente quente, a artificialidade desta antecipação precoce soa ainda mais vazia de sentido. Não há frio nem chuva, a queda de neve parece coisa de outro planeta. O Pai Natal vermelho da Coca-cola ainda não fez a sua aparição massiva mas adivinham-se tempos difíceis para os empregados temporários que irão vestir as fatiotas e sentar criancinhas no colo. Muito suor e mau cheiro no sovaco.
Diz a canção que "Natal é em Setembro, é quando um homem quiser...", talvez fosse mais apropriado afirmar que "Natal é quando o homem de negócios chega com um sorriso do tamanho do mundo".
domingo, novembro 04, 2007
Déjà vu
Nicole Kidman está mais bonita dando a impressão que o passar dos anos, para ela, funciona a contento. Cada vez mais ganha aquela expressão vagamente ameaçadora, de sobrancelha carregada, que lhe dá uma certa graça. É acompanhada por Daniel Craig, esfíngico e imperturbável, dando o corpo ao manifesto, como de costume. Como diz o povo: "Quem dá o que tem a mais não é obrigado" e Daniel Craig oferece tudo o que tem. Não parece haver muito mais, ali por aqueles lados.
Penso que já deu para perceber que considero o filme dispensável mas também não virá grande mal ao mundo se o eventual leitor destas linhas se der ao trabalho de sentar os ossos numa sala de cinema onde passe o dito cujo. O tema do filme e o seu desenlace situam-se a um nível bastante primário, perfumados por um certo moralismo que, para narizes mais sensíveis, poderá mesmo ser interpretado como um fedor incomodativo.
Resumindo e falando sinceramente, "A Invasão" é como um "Comic Book" animado (a narrativa global conjugada e completada pelos noticiários televisivos é um recurso narrativo característico dos "Comics") com cenas de grande intensidade e uma prestação global bastante razoável mas falta-lhe fôlego no argumento e imaginação que provoque surpresa no espectador quando a coisa está mesmo a pedi-la.
Numa escala de 5 estrelas poderia dar-lhe 2 se bem que, num dia de maior empatia com o mundo que nos rodeia pudesse arriscar 3 sem me sentir muito envergonhado.
sábado, novembro 03, 2007
Não me lixem!
Uma análise superficial e imediata dos dois desenhos permitem afirmar, sem sombra para dúvidas, que estamos perante uma mistificação grosseira. Ou bem que, por um extraordinário acaso, se trata de dois pequenos Picassos, geniais na forma como dominam a composição visual, com um sentido de organização formal absolutamente extraordinário para crianças tão pequenas (ainda por cima vivendo algures no interior do Darfur, com uma educação visual limitada aquilo que a Natureza oferece ao olhar humano) ou então estes desenhos saíram da mão de algum adulto nascido e criado num universo mediático e não no deserto.
quinta-feira, novembro 01, 2007
Mania da supremacia
Quando seremos capazes de aceitar a possibilidade de haver quem seja completamente feliz vivendo de um modo absolutamente diferente do nosso? Quando seremos capazes de deixar cada um escolher livremente o seu destino sem olharmos para os que são diferentes de nós com aquele arzinho trocista de quem se imagina o maior do mundo?
Nesta triste história há um pormenor que me deixa um tanto arrepiado. Li no jornal que os simpáticos benfeitores aliciavam as crianças com doces e promessas de as levarem à escola, argumentos de peso que garantiam a simpatia dos catraios. Talvez os mensageiros de Zoe pudessem investir algum dinheirito na criação de escolas no Chade. Assim estariam a contribuir para melhorar as condições de vida no local ao invés de pretenderem transformar os pequenos chadianos em franceses, cidadãos da União Europeia.
Se na verdade somos uns sortudos por termos um certo modo de vida, talvez fosse mais solidário criar condições para que os outros descubram o seu próprio, sem lhes pretendermos impingir o nosso, raptando-os. É que eles podem não gostar de vir para cá e depois será demasiado tarde para desfazermos a asneira.
segunda-feira, outubro 29, 2007
A China desperta
Xiaogang Zhang (http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/zhang_xiaogang.htm) é tido como o próximo Número 1 em termos de vendas no complexo universo da arte contemporânea. Num mundo fascinado por números com muitos zeros, ser o Número 1 na lista de vendas significa que as suas obras atingem preços quase incompreensíveis, difíceis de perceber com exactidão.
Mas Zhang, ao que consta, não vem sozinho. Há muitos outros artistas chineses que se perfilam para ombrear com os tradicionais norte-americanos, ingleses e alemães no Top dos mais valiosos e fazerem as manchetes dos jornais que deixam o público espantado com os preços astronómicos que os objectos de arte podem atingir.
Além da legião chinesa fala-se também de uma colecção de artistas indianos que andam a fazer das suas. É a confirmação do despertar do Oriente para o mundo contemporâneo e uma prova evidente de que o velho Império Ocidental, com os EUA à cabeça, começa a dar sinais de velhice e alguma fraqueza.
Hoje o mundo da arte, amanhã todos os mundos possíveis.
domingo, outubro 28, 2007
O festival que caminha
sábado, outubro 27, 2007
Cromos
Explorando um pouco o baú encontrei imagens que tinha guardadas lá para o fundo da memória. Jogadores de futebol como já não os há (notem bem o aspecto de lavrador alentejano do guarda-redes da foto que ilustra este post), fotos retocadas com céus de um azul plano ou corpos recortados e nítidamente colados sobre um estádio em fundo. Outra era mediática, de um mundo quase pré-histórico em termos tecnológicos.
Relembrei as cadernetas, a cola feita com farinha e água num tacho de alumínio com a ajuda do meu avô, caramba, um gajo vive tão pouco tempo e as coisas perdem-se completamente nos confins da memória. Depois vieram os cromos em papel todo janota, os tubos de cola Pica-pau (mesmo assim os bastões de cola já são coisa da minha idade adulta) e toda uma nova forma de encarar a colecção de cromos. Hoje os cromos são autocolantes, claro está!
Um gajo vive tão pouco tempo e as transformações do nosso quotidiano dão a impressão de que, afinal, vivemos uma eternidade. Vivemos?
quarta-feira, outubro 24, 2007
A Festa
Andamos a precisar de uma boa festarola. Copos... que digo eu? Garrafões de vinho! Garrafões? Pipos! Pipos de vinho a rolar estrada abaixo e bebedolas a rolar estrada acima, uns atrás dos outros em cantoria desenfreada. Uma banda de gajos corados como tomates a soprarem nos trompetes como se estivesem a precisar de cuspir os pulmões e risos desdentados e mãos grossas de calos de trabalho a segurarem os copos em gestos de graciosidade inesperada. Gestos de amor declarado ao vinho. Cânticos brejeiros, a roçarem a péssima educação e as mulheres a rirem-se de tanta pouca vergonha, com a cabeça deitada para trás na força da gargalhada. Ah, as saudades que já tenho de uma boa festa sem música gravada nem batidas automáticas. Festas sem bom gosto nem poses afectadas nem perfumes caros nem copinhos a arder. E a banda a tocar e os pares rodopiando na poeira do chão, abraçados no furor da dança. Andamos a precisar de nos sentirmos menos europeus de primeira e mais europeus verdadeiros, europeus do Portugal profundo. Felizes de tanta boçalidade e amigos do desvario. Onde andamos nós?
(por acaso a foto que ilustra este post foi tirada em Espanha pelo fotógrafo checo, se não estou em erro, Joseph Koudelka, no ano de 1971. Por acaso somos tão semelhantes... será apenas acaso? Ou será a tal Europa?)
domingo, outubro 21, 2007
Euroburocracia mata!
O designado Tratado de Lisboa é um péssimo exemplo da forma como a Democracia é encarada pelas cúpulas da União Europeia (ler mais em, por exemplo, http://noticias.uol.com.br/ultnot/lusa/2007/10/18/ult611u75399.jhtm)
Contornar a vontade popular numa questão desta envergadura mostra até que ponto a União Europeia é uma coisa e a Europa é outra, completamente diferente. Cada vez mais as decisões referentes à nossa vida são tomadas por um conjunto de burocratas mais ou menos desconhecidos e que se guiam por uma filosofia (chamemos-lhe assim) obscura e ditada ao sabor dos interesses dos grandes países europeus, nomeadamente a França e a Alemanha.
Não estou a ver bem como tudo isto irá acabar mas, com o tempo, esta União dos eurocratas irá definhar e morrer de morte mais ou menos natural.
sábado, outubro 20, 2007
Gostar
"Os gostos não se discutem" é um dos ditados populares portugueses mais disparatados e serve de escudo protector a algumas das maiores imbecilidades que por aí se passeiam, vestidas de fato-e-gravata, como se não fosse nada com elas.
Como se não discutem os gostos, gosta-se de algo "porque sim" ou porque "é giro" e deixa-se de gostar "porque não" ou então porque "é feio" ou ainda, num modelo de maior refinamento, porque "não tem estética". E pronto, fica-se assim mesmo, podendo-se passar de imediato aos temas mais comuns como discutir se está calor ou faz frio ou se o Benfica é mais beneficiado pelos árbitros de futebol que o Sporting e o Porto juntos. Não se vislumbra que venha daqui grande mal ao mundo e, por isso mesmo, deixa-se passar impunemente esta falta de capacidade de gostar ou odiar verdadeiramente o que quer que seja por se considerar a indigência cultural algo de inofensivo.
Mas não é. A pobreza de espírito beneficia principalmente os que dela não padecem e a aproveitam para arrebanhar o pessoalzinho com conversas da treta faladas naquela linguagem simplória dos "porque sim, porque não, porque é giro e não tem estética". Chamam-lhe "linguagem popular" mas talvez devêssemos chamar-lhe "linguagem populista". É urgente complexificar o discurso, quanto mais não seja para aumentar a confusão que por aí vai.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Oh, Dali?
Quanto à visita à Casa da Música não há grande coisa a dizer. Tratou-se de travar conhecimento com um espaço arquitectónico curioso à qual faltou poder assistir a uma demonstração das capacidades acústicas da sala principal. Ficará para outra ocasião.
Relativamente à mostra de trabalhos do mestre dos bigodes loucos, deu para tomar o gosto ao seu universo destrambelhado, numa colecção de esculturas de dimensões variadas e uma vasta colecção de gravuras em diferentes técnicas. Ao contrário do que esperávamos não havia um único desenho mas sim litogravuras, pontas secas e xilogravuras, por vezes com apontamentos de cor aplicados após a realização da prova final (as chamadas monotipias).
É uma mostra bastante extensa, com trabalhos algo inesperados para quem está habituado a pensar nas "fotografias de sonhos" características de Dali. Imagens gestuais, com aplicações de cor arrojadas e marcadas por alguma gestualidade que não constituem imagem de marca do mestre.
Enfim, pessoalmente nunca fui um grande entusiasta do surrealismo de Dali, admiro muito mais o trabalho de Max Ernst, por exemplo, mas os jovens alunos que acompanhei nutrem uma admiração sem fim pelo homem dos bigodes esquisitos. Como a visita era a eles dedicada (aos alunos, não aos bigodes de Dali) penso que acabou por constituir um pequeno êxito.
Uma palavra final para o Palácio cujo restauro oferece ao visitante alguns espaços interiores barrocos com uma certa espectacularidade nos estuques dos tectos, nas pinturas murais e outros pormenores decorativos.
Uma visita a fazer, caso se ofereça a oportunidade.
Bibó Puarto, carago!
quarta-feira, outubro 17, 2007
Saudade
Putin foi ao Irão fazer das dele. Com palavras venenosas conseguiu baralhar ainda mais as cabeças cá deste lado e, acredito, não menos baralhadas terão ficado as dos ayatolas, do lado de lá desta coisa a que chamamos mundo. Bush já dá sinais de birra eminente e não faz a coisa por menos: vai falando de uma 3ª guerra mundial caso o Irão avance com o fabrico da terrível bomba. Ameaças.
Querem lá ver que ainda vamos assistir ao regresso de uma Guerra Fria! Para ser sincero já vou tendo saudades dela. Sim, porque de Guerra Quente já estou mais que farto. Venha de lá essa velha guerra do diz-que-faz-mas não-faz~que-o-inimigo-ainda-é-pior-que-nós. Ah, que saudade!
segunda-feira, outubro 15, 2007
A guerra
Eu sei que esta conversa está um bocado parva. Deve ser do vírus que está a lutar comigo. Uma simples gripe pode fazer um gajo ficar deitado e com dores durante todo o dia. Dores de merda, eu sei, e estar deitado sabe muito bem. Pronto. ATCHIM!!! Caraças. Belo dia de folga!
sábado, outubro 13, 2007
Efeito borboleta
quarta-feira, outubro 10, 2007
Sinais
segunda-feira, outubro 08, 2007
Negócios escuros como a água
domingo, outubro 07, 2007
1408 - O Filme
Em 1408 temos outro actor em bom plano, John Cusack, capaz de levar o espectador a entrar no assustador mundo que se esconde por trás da porta daquele quarto de hotel novaiorquino. O filme resulta bem, tem momentos arrepiantes e coloca em cena alguns clichés do horror movie com bastante eficácia. Como espectador saí da sala de cinema mais ou menos igual. Não me encheu as medidas, não transformou a minha visão sobre nenhum assunto particularmente importante nem me fez tremer de medo. Divertiu-me, isso sim, até porque as minhas acompanhantes, mulher e filha, completaram na perfeição o que ia passando no écrã. Numa escala de 0 a 5 estrelas, como nos hotéis, dou-lhe 3. Pela limpeza e pela arrumação.
O aviso de Farag, por Paulo Moura
Mas logo apareceram os puristas a criticar: a forma ortográfica correcta deste nome árabe nas línguas de origem latina e germânica é Foda.
Não obstante, Farag era professor e um intelectual sério. Envolveu-se em causas humanitárias e escreveu vários livros e artigos de opinião na imprensa do Egipto, onde nasceu, em 1946. O seu tema preferido foi o fundamentalismo islâmico e o seu género literário preferido a sátira. Nos dois, Foda fez História.
A sua tese principal, pelo menos a mais conhecida, era a que de que os integristas, terroristas, teóricos salafistas e outros radicais do islão tinham um problema em comum: a frustração sexual. Seria por não terem acesso aos ternos prazeres da carne que se entregavam à paixão da carnificina, dizia Foda. E acrescentava (neste caso referindo-se a Abd al-Hamid Kishk, um dos mais populares pregadores radicais egípcios): "Ele diz à sua audiência que os muçulmanos que entrarem no paraíso usufruirão de eternas erecções e da companhia de jovens rapazinhos envoltos em laçarotes e enfeites."
É verdade que Farag citou a prédica do velho xeque cego Kishk, para a seguir contar como a mesma deu origem a um debate entre os teóricos. Nem todos concordaram com Kishk. Um deles, da Universidade estatal al-Azhar, contra-argumentou que, no paraíso, as erecções não seriam eternas, mas sim temporárias, ainda que prolongadas. Outro contestou a possibilidade da pederastia no paraíso. Mas houve quem lembrasse que, embora a homossexualidade fosse desaconselhada, a pedofilia não era proibida, citando uma passagem do livro do Ayatolla Khomeini, do Irão: "Um homem pode ter prazer sexual com uma criança, até mesmo com um bebé. Pode sodomizá-Ia, mas não penetrá-la. Se dessa forma danificar a menina, ficará responsável pela sua subsistência, por toda a vida. Esta rapariga, no entanto, não contará como uma das suas quatro mulheres permanentes. E o homem não terá direito a desposar uma irmã dela.”
A propósito, outro estudioso fundamentalista recordou esta passagem do mesmo livro de Khomeini: "Um homem pode ter sexo com animais como ovelhas, vacas, camelos, etc. No entanto, deve matar o animal depois do orgasmo. Não deve vender a carne ao povo da sua própria aldeia. já vendê-la ao povo da aldeia mais próxima não é proibido."
A respeito desta fecunda polémica, Foda comentou: "É isto que preocupa os muçulmanos no final do século XX? O mundo à nossa volta anda ocupado com a conquista do Espaço, a engenharia genética e as possibilidades dos computadores, enquanto os doutores do islão se preocupam com o sexo no paraíso."
Em Junho de 1992, Farag Foda foi assassinado por dois fundamentalistas islâmicos do grupo AI Gama'a aI Islamiya. O advogado de um deles explicou numa entrevista, quando interrogado sobre a sua ideia de Direitos Humanos: "Farag Foda tinha o direito humano de criticar o Governo ou de o criticar a si. Mas não tinha o direito de criticar Deus. Somo escravos de Deus e Ele tem o direito de nos condenar à morte, se o insultamos."
Contra Deus não há direitos humanos.