quinta-feira, julho 31, 2008

Eco perdido




Este post resulta de um conjunto de notícias que tenho lido aqui e ali, meio desgarradas, ao longo das últimas semanas, uma espécie de eco perdido. Diz respeito à situação que se vive actualmente na Guiné-Bissau (ver aqui versão light para encantar turistas potenciais).

"A Guiné-Bissau é um dos países da África Ocidental que poderá ficar refém dos narcotraficantes, avisou o director executivo do Departamento da ONU de Combate à Droga e Crime, António Maria Costa." (ler aqui todo o artigo) Vivem-se tempos complicados por aquelas bandas devido a uma situação de tráfico de cocaína absolutamente descontrolado.

O problema não se coloca apenas aos países europeus destinatários da droga. A população guineense está a sentir na pele a mordidela venenosa da toxicodependência entre os mais desprotegidos e da ganância dos que negoceiam a impunidade dos narcotraficantes.

A entrada de rompante que a cocaína fez no quotidiano dos guineenses está a arruinar ainda mais as fragéis instituições do país. As notícias que vão chegando aos órgãos de informação internacionais não são muito detalhadas mas deixam perceber que se assiste ao nascimento de um narco-estado (seja lá isso o que for).

A Guiné-Bissau é um país pobre e meio perdido na voracidade esquizofrénica do mundo contemporâneo. O facto de não possuir recursos naturais que tornem o país um parceiro apetecível condena a Guiné-Bissau a um estado de abandono pouco recomendável.

Para a Guiné-Bissau haverá poucos sorrisos de estadistas europeus por não proporcionar "photo opportuinty" digna de ser vista nos noticiários à hora da papa das famílias da classe média europeia.
Entretanto a coisa vai-se afundando. As instituições não funcionam e estão entregues aos interesses dos mais variados filhos-da-puta que vão minando a, já de si frágil, ordem aparentemente estabelecida.

A situação arrasta-se sem que haja a mínima atitude por parte das instituições internacionais. Má sina ser tão pobre que apenas se desperta a atenção de ladrões e vigaristas sem escrúpulos. Houvesse petróelo e diamantes nas redondezas e talvez os exploradores fossem outros, menos destrutivos mas igualmente desprezíveis.

A Globalização só funciona em certas situações. A hipocrisia dos defensores da Aldeia Global Democrática vê-se bem nestas situações.

6 comentários:

roserouge disse...

Absolutamente lamentável, de facto. Não tarda nada, temos uma segunda Libéria.

Ví Leardi disse...

Up dating...

Caro Silvares ...cofusão em termos pois o Jorge que aqui está no noVÍtá é sim o do Expresso da Linha...fiz algumas correções no texto e fonte para que não fiquem dúvidas...um Jorge tão merecedor de admiração quanto o outro...
Obrigada :-}

Anónimo disse...

Perfeitamente de acordo, Rui. "Até" com a conclusão.

MUMIA disse...

os Guineenses estão entregues às feras. Viraram-lhes as costas e desenrrasquem-se.

...é o salve-se quem puder.

Uma Sina muito Triste!

Silvares disse...

Roserouge, temos uma Guiné-Bissau o que já não é nada que possa entusiasmar.
Ví, confusão desfeita que teve o condão de revelar que o Jorge Pinheiro que afinal não era o Jorge Pinheiro também se dedica à criação artística.
Antero, meu amigo, como diz a Mumia logo abaixo, estão entregues às feras de um modo que dá a impressão de não haver salvação para ninguém. Houvesse por ali petróleo ou diamantes e a coisa piava de outro modo.

Sol aos Quadradinhos disse...

Estamos ao mando dos Terroristas, que controlam o Sistema Social TODO.
P O D E R .