segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Transparente

 clicando nesta imagem poderás ler este excelentíssimo texto

Um gajo passa uns quantos dias sem publicar um post no blogue e, quando volta, sente-se como que transparente, a perder consistência, o corpo a diluir-se nas contravoltas do mundo virtual. É assim que me sinto, metade ausente, outra metade presente.

Gaguejo, hesito, não sei por onde começar a acabar o texto, dou pancadinhas no teclado, algo receoso.

Após esta conversa circular decido ir a direito, focando o discurso num assunto específico: o blogue Repórter à Solta, de Paulo Moura.

Quem lê o jornal Público deve conhecer bem este extraordinário cronista da magnificência absoluta deste nosso quotidiano banal e delirante que é o dia-a-dia.

O dia-a-dia de Paulo Moura tem muitas situações notáveis uma vez que ele percorre este mundo como se fosse o outro. Os seus textos não são "apenas" muito bem escritos. São mais coisas; coisas que se explicam muito melhor se o lermos.

Com a devida vénia e um agradecimento à mistura.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

O dia seguinte

Entrudo e Carnaval são coisas de gente pobre e, como são dias de virar o mundo às avessas, a gente ri, mas lá no fundo estamos a gritar tristeza. O Rei Momo é um palhaço (quererá isto dizer que somos governados por palhaços?) e os seus súbditos saltam como macacos, fazem esgares de macaco e guincham como macacos. São festejos onde os pobres têm direito a deitar para fora tudo o que lhes vai na alma e com isso enchem ruas e avenidas das mais destrambelhadas atitudes, em desfiles alucinados.

Quando a festarola chega ao fim, o mundo é devolvido à sua ordem natural. Os macacos do desfile voltam a vestir os seus fatos de gente verdadeira, os Reis de Facto regressam às cadeiras do poder e metem outra vez tudo nos eixos. O mundo não é aquela coisa distorcida e grotesca. É distorcido e grotesco mas de outra forma. A regra não é o samba nem a batucada. A alegria, obrigatória do Carnaval, volta a ser acidental, acontecendo de vez em quando.

Os homens e as mulheres que andam a limpar o chão da rua não estão mascarados de varredores.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

A propósito do dia de Entrudo


Jorge e Vicente Palma, ao vivo e a cores.

domingo, fevereiro 19, 2012

Cantando espalharei por toda a parte...

É sempre um assombro quando algum de nós, portugueses, alcança reconhecimento internacional pela excelência do produto do seu trabalho. Ficamos em êxtase e sonhamos, mais uma vez, com a nossa missão messiânica no mundo: provar aos grandes e aos poderosos que os pequenos, mas imaginativos portugas, podem fazer tão bem ou melhor que eles, com muito menores recursos.

Menores recursos? Engano! É precisamente aí que nos descosemos em admiração pelos nossos. Nós temos o maior de todos os recursos: nós temos o desenrascanço que é coisa que a maioria dos povos não imagina sequer o que possa ser e nem tem palavra que sintetize o conceito.

Como pôde Portugal pretender descobrir o mundo e fazê-lo? Como pôde o povo português conquistar territórios nos 5 continentes e mantê-los durante séculos? Como pode Portugal existir há oito séculos sem ter desaparecido do mapa, engolido por Espanha ou pelo Oceano Atlântico? Como puderam os nossos cineastas arrancar dois prémios no Festival de Cinema de Berlim?

Estes feitos, tão afastados no tempo quanto no campo de acção, têm em comum o bom velho espírito do desenrasca que nos obriga a inventar todas as coisas, até as mais simples, como se elas não existissem e ninguém soubesse o que elas são. Como se apenas nós tivessemos o dom (oferecido por Deus) de compreender o mundo e o dizer, como se a nossa língua nos fornecesse a visão do mundo tal qual ele é e o inglês ou o alemão nada mais fossem que linguajares corriqueiros, bons apenas para fazer leis e fechar negócios.

Parabéns aos nossos jovens cineastas João Salaviza e Miguel Gomes. Parabéns.

Parabéns a nós próprios, por sermos suficiente estúpidos para continuarmos a ser o que somos.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Babel espacial

Quando li a notícia que relata a incapacidade económica dos américas para enviarem a sonda ExoMars Trace Gas Orbiter para o espaço exterior compreendi tudo! A crise económica faz parte de um implacável plano divino. Ora nem mais!!!

Toda a gente conhece a história da torre de Babel, um projecto megalómano que pretendia aproximar o reles ser humano da magnificência divina. Tal soberba foi severamente punida por Deus, uma espécie de tirano irascível na versão do Antigo Testamento, um gajo intragável e mais belicista que um presidente americano em ano de eleições. A mania de elevar a dita torre até onde parecia humanamente impossível acabou por estar na origem das diferentes línguas com que, por exemplo, os europeus actuais se desentendem.

Foi pior a emenda que o soneto! Deus arranjou-a bonita, ao impedir o entendimento harmonioso entre os seres que inventou, à Sua imagem e semelhança. A confusão que gerou com o Seu gesto despótico está à vista de toda a gente. As dificuldades de comunicação geram miséria, guerras e devastação, coisas que parecem aproveitar muito mais ao Demónio mas, enfim, os desígnios do Senhor são insondáveis.

Volto então ao primeiro parágrafo deste post. Tal como no tempo em que os seres humanos tentaram elevar a torre de Babel, agora pretendiam explorar o espaço entre as estrelas, aproximando-se dos territórios privados de Jeová. Este não está de modas e aplica-nos um correctivo semelhante; no passado castigou-nos com a confusão linguística, no presente enviou-nos a confusão económica e cambial que impedirá o lançamento de mais engenhos para o espaço, durante algumas décadas, talvez mesmo durante muitos séculos!

Resumindo e concluindo: estamos a pagar bem paga a vaidade que desenvolvemos ao confiar cegamente nas nossas capacidades criativas ao serviço de uma curiosidade pecaminosa. Não temos nada que ir meter o nariz para lá das fronteiras que o nosso entendimento nos permite ver (compreender já é outra coisa). Se não tentássemos ir para o espaço decerto que Deus nos deixaria viver em harmonia com as ovelhinhas e com as sardinhas e os periquitos. Assim, enviou-nos uma praga ainda mais farçola que as Sete Pragas do Egipto e a gente que aguente.

Pode ser que, com o recuo do programa espacial norte-americano, as coisas voltem a entrar nos eixos e Jeová se mostre um pouco mais meiguinho. Deus nos perdoe e assim o permita.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Dançar pela chuva

O Carnaval está aí a chegar mas a chuva teima em não cair. Sabemos como um Inverno seco pode trazer-nos um Verão terrível. E este Inverno tem sido seco como o caraças!

Quando vivemos na cidade sabe bem sair de casa pela manhã e procurar os raios de um Sol fininho e meio amaricado que nos recarregue um pouco as baterias e nos faça esquecer as notícias da noite anterior. Ele é a Grécia, ele é a dívida, ele é o raio que nos parta! Haverá alguma coisa que não corra mal?

Este solzito sempre nos vai alegrando a moleirinha. A Grécia pode estar a derreter-se no calor de incêndios furiosos e na gula dos mercados de capitais, os ordenados podem estar a diminuir e o desemprego a ganhar contornos de bicho-mais-que-papão. Mas, ao menos, sempre temos este solzinho que nos aconchega a roupa ao pêlo.

A nossa ministra da agricultura (e de mais umas quantas coisas) tem esperança que chova em breve. tem ela, tenho eu e mais uns quantos milhares de pessoas. Que chova, por Deus, onde estás Tu quando precisamos dos Teus préstimos? Manda lá o São Pedro despejar a bexiga em cima da gente antes que seja tarde!

O São Pedro que mije, nem que seja em cima dos corsos carnavalescos. Vá lá, que o samba invernoso seja uma dança da chuva. Que os festejos de Carnaval tragam consigo o Dilúvio. Que chova, muito e depressa, porra! Que Deus é este que se distrai quando devia estar a zelar pelos nossos interesses? Que Deus é este que goza de tolerância de ponto? Um Deus assim só pode mesmo ser português.

domingo, fevereiro 12, 2012

Corações partidos

"O que há de novo no amor" é o título pouco feliz de um filme que tem tudo para ser interessante mas acaba por resultar um tanto desafinado. Trata-se de um filme realizado a seis cabeças ou seis olhares, seis realizadores diferentes, na verdade. Seis historinhas de amor mais ou menos adolescente, com perspectivas diferenciadas da coisa (falo do amor) e da forma de pensar o cinema.

A realização e o desempenho dos actores parecem-me de bom nível. O som, a montagem, enfim, o objecto parece-me limpo, sério e honesto. O que me deixou algo distante foi o argumento. Não a forma inteligente como se tentou reunir um número tão grande de histórias numa história só. Nesse aspecto, o responsável pela colagem dos seis pequenos argumentos que estão na base do filme, teve uma boa ideia e o resultado é bastante razoável.

Quanto a mim, o aspecto menos conseguido deste filme reside, precisamente, no pouco vigor narrativo da maioria das histórias que lhe estão na base. "Então o filme não presta!" poderias tu pensar, cinéfilo leitor, não é isso que estou aqui a tentar dizer. Antes pelo contrário.

"O que há de novo no amor" mostra instinto cinematográfico no tratamento dos planos e na direcção dos actores (muito bons, insisto). Enquanto espectador não me cansei nem um bocadinho de estar a ver o filme. Talvez o problema seja eu ter quase 50 anos e as questões levantadas ao longo do filme serem características de pessoas muito (mas mesmo muito) mais jovens do que eu. Se calhar é isso. Se calhar, um espectador mais identificado com o "ambiente mental" da coisa faria uma análise substancialmente diferente da minha.

Talvez o facto de eu ser um "cota" me torne quase um intruso na plateia. Talvez por isso eu me foque em aspectos formais e não seja capaz de me comover com todos aqueles corações partidos.

sábado, fevereiro 11, 2012

A actriz

Hoje fui ver o filme "A Dama de Ferro". Um filme mediano, a correr o risco de ser quase aborrecido mas... há um enorme "mas" nesta história, tem Meryl Streep. Com uma actriz assim não há filme que caia no marasmo.

"A Dama de Ferro" é Meryl Streep e muito pouco mais. Esse "pouco" torna-se irrelevante perante a excelência da interpretação da senhora Meryl Streep. Ela está sempre lá. Cada gesto, cada olhar, cada inflexão da voz, tudo tem um significado específico, tudo ganha uma dimensão extraordinária na actuação desta actriz que merece meia dúzia de Oscares pelo trabalho que aqui apresenta. Não acredito que alguém tenha coragem de não lhe entregar, mais uma vez, a estatueta de ouro careca.

Margaret Tatcher foi, para muitos, uma mulher odiosa. Na minha juventude era uma personificação de tudo aquilo que importava combater. Muitas vezes lhe chamei coisas que agora não vale a pena recordar, muito menos escrever. Nos dias que correm estará a dissolver-se lentamente dentro do seu próprio veneno. Quero lá saber. Há quem acredite que cada um de nós acaba por ter aquilo que merece. Não creio que seja assim. Aliás, pelo exemplo desta Dama de Ferro, fico ainda mais convicto de que as coisas não se passam assim.

Voltando à vaca fria, passo a expressão, "A Dama de Ferro" merece ser visto pela extraordinária presença de Meryl Streep. Se ela alguma fizer o papel de uma pedra perdida no meio de uma estrada, tenho a certeza de que será uma interpretação absolutamente memorável. Como sempre.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Pensamento matinal

Este mundo é como um pântano monstruoso, habitado por uma extraordinária variedade de espécies de crocodilos. Alguns choram, outros nem por isso.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Quatro filmes que eu vi

Estamos em época primaveril, no que a cinema diz respeito. A proximidade da cerimónia de entrega dos Oscares faz com que as estreias se sucedam com um pouco (muito) mais mediatismo do que é habitual ao longo dos restantes dias do ano.

Talvez pelos títulos entusiásticos e imaginativos que vão rondando as páginas dos jornais ou pelos programas da "especialidade" que passam na TV, onde as vedetas e os realizadores dão entrevistas "exclusivas" umas a seguir ás outras, a vontade de enfiar a caveira na escuridão do cineminha aumenta e um gajo faz-lhe a vontade. Com prazer.
Nos últimos tempos fui ver mais 4 filmes 4, todos bem diferentes uns dos outros.
Começo por referir "A minha semana com Marylin", uma impecável produção da BBC Films em ritmo de valsa dançada num salão luxuoso ou, pelo menos, bem arrumadinho, com os cantos limpos de pó e soalho encerado. Sai-se mais ou menos da mesma maneira como se entrou mas, pessoalmente, saí com a sensação de que não tinha perdido o meu tempo se bem que também não tenha guardado nada de muito especial nos arquivos desarrumados da minha mente.
Razoável, eficaz e aerodinâmico. Despretensioso.

Depois fui ver a versão americana de "Millennium 1: Os Homens Que Odeiam as Mulheres-A rapariga com a tatuagem do dragão". Muita gente se questiona sobre a necessidade de fazer um "remake" de um filme tão recente quanto a versão original, de origem sueca. Ora aí está a resposta, um filme sueco não penetra facilmente o mercado de língua inglesa, particularmente o mercado norte-americano onde a esmagadora maioria das pessoas não tem noção da localização geográfica da pátria de Ingmar Bergman. Esta versão tem a assinatura de David Fincher (autor de "Se7en" ou "Clube de Combate", entre outros) o que, só por si, seria razão suficiente para merecer a curiosidade do espectador. E também este filme se revela um objecto correcto e pleno de sapiência narrativa. Acrescenta algo de inolvidável a uma mente cinéfila? Duvido. Mas não deixa de ser um filme escorreito e certinho como a dentição de uma qualquer vedeta de Hollywood.

Segue-se nesta pequena lista "Os descendentes". Aqui já há mais qualquer coisinha. À saída fica-se com um travo agradável a cineminha de boa colheita. Com um George Clooney a mostrar que tem muito mais para oferecer do que um sorriso maroto à maneira do Nespressoman apoiado num conjunto de actores de suporte muito bem escolhido. O filme rola em velocidade de cruzeiro, levando-nos a viajar numa história sem personagens extraordinárias nem acontecimentos capazes de abanar as fundações deste mundo. Tudo se passa entre pessoas banais, com problemas banais que encontram soluções muito... banais e, com isso, nos confortam e aquecem o coração nestes dias de Inverno. Curioso (no mínimo).

Finalmente uma palavra para a sensação do momento: "O Artista". Este é, sem sombra para dúvidas, um filme extraordinário. Digo extraordinário na medida em que não obedece ás regras normais (ordinárias) da narrativa cinematográfica contemporânea, propondo sobre o cinema um olhar inesperado e repleto de sorrisinhos. Cada plano é uma peça de relojoaria, cada expressão dos actores um jogo de sinais, cada sequência narrativa um arrepio de prazer. Não será um assombro de conteúdo, não é, mas que é um assombro de realização e montagem, isso é. Muito bom.

Resumindo e concluindo: vai ao cinema, leitor amigo, tens muitas razões para o fazer e, em breve, estrearão mais umas quantas, o que poderá dificultar a tua intenção de ver cinema decente.

domingo, fevereiro 05, 2012

Desculpa lá Malraux

"A cultura é a soma de todas as formas de arte, amor e pensamento que, ao longo dos séculos, permitiram ao homem ser menos escravizado." escreveu André Malraux. Se não foi exactamente assim terá sido um pouco mais ou menos.

Numa época em que estamos a observar o progressivo desmoronamento da utopia democrática, com um olhar entre o desencantado e o nostálgico, uma frase deste género proporciona uma reflexão algo melancólica.

Malraux não parece admitir o fim da escravatura, apenas um certo alívio dessa condição. A cultura funcionará (funcionaria) como uma espécie de lenitivo, pouco mais, algo menos, suavizando apenas a inevitabilidade do sofrimento característico dos escravos. Viveríamos no Purgatório. Vivemos?

Temos a arte, temos o amor, temos o pensamento livre. Ao que tudo indica, a possibilidade de libertação encontra-se encerrada no coração dos indivíduos. Poderemos algum dia ampliar o seu raio de acção ao colectivo, abrir-lhe a porta da gaiola que temos encerrada no peito? Como fazê-lo? Não sei, não sei, sinceramente, sinto-me às escuras.

Continuo convencido que o mais essencial dos bens a que podemos aspirar enquanto colectivo social é a liberdade de expressão. Se a democracia nos proporcionar esse direito essencial já estaremos a afastar-nos suficientemente da condição de escravos? Desculpa lá, Malraux, mas penso que, apesar da força da tua opinião, a liberdade está mais próxima de nós do que aquilo que propuseste. Quero acreditar nisso, Ardentemente.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Merdices!


É merecido; Portugal foi multado pela Comissão Europeia devido à forma desumana como têm sido tratadas as galinhas poedeiras nesta pátria desalmada e esquecida por Deus.

Não penses que estou a brincar contigo, amigo leitor, nunca seria capaz de fazer humor com tão grave facto. Não considero que seja motivo, sequer, de sorriso. Podes dissipar as tuas dúvidas lendo aqui a notícia publicada por um jornal sério e insuspeito (e, nota, não foi o único).

É assim que verificamos o grau de desenvolvimento de uma sociedade: pela forma como são tratadas as suas galinhas em geral e as poedeiras, em particular. Atente-se na directiva (lei europeia) 1999/74/CE a qual "exige que, a partir de 01 de janeiro de 2012, todas as galinhas poedeiras sejam mantidas em "gaiolas melhoradas", com mais espaço para fazerem ninho, esgravatarem e empoleirarem-se, ou em sistemas alternativos".

Podemos ter velhos a morrerem abandonados em apartamentos exíguos ou em casebres insalubres, podemos ter mendigos a desfazerem-se em merda pelas ruas, podemos assistir impotentes ao disparo assustador do desemprego e ao desespero dos nossos semelhantes, podemos assistir a tudo isto com o olhar cirúrgico de um elemento da malfadada troika, mas não podemos aceitar que uma pobre galinha poedeira não possa aninhar-se condignamente numa gaiola com, pelo menos, 750 cm quadrados. Isso não!


Sinceramente, meu boquiaberto leitor, sou de opinião que os responsáveis por estas leis e pela aplicação de tais multas deviam ser cozidos vivos num caldeirão de água a ferver que, com gente desta, não vale a pena desperdiçar azeite. Vai na volta lembraram-se de engalinhar com o pessoal durante um almoço de frango no churrasco, a lamberem a gordura dos dedinhos delicados, com a volúpia dos imbecis sem ocupação decente.

Assim se ocupam os euroburocratas que nos avisam diáriamente da necessidade de apertarmos o cinto porque estamos a viver acima das nossas possibilidades. Nós já estamos assim, a abusar da riqueza, mas as nossas galinhas ainda não. Coitadinhas.