O mapa mostra a distribuição dos países que compõem o G8, os mais industrializados do mundo. Canadá, França, Itália, Alemanha, Japão, Rússia, EUA e Reino Unido são, actualmente, o grupo dos mais ricos e, também, os principais poluidores (responsáveis por 42% das emissões globais de CO2) e consumidores de recursos naturais.
É de notar que todos se situam geográficamente a norte do Equador, em oposição a um hemisfério sul menos industrializado mas não menos rico em recusos naturais.
Junta-se agora um denominado G5 composto por China, Índia, Brasil, México e África do Sul (atribui-se a este grupo 27% das emissões globais de CO2), países que têm vindo a crescer tanto em termos económicos quanto nas suas necessidades de consumo de recursos energéticos.
Os líderes destes países estão reunidos algures no Japão e discutem entre si os problemas que afectam todo o planeta (os restantes países do mundo emitem os 31% de CO2 que faltam nestas contas) dos quais o mais preocupante será o do aquecimento global.
Para tentar minorar este problema é imprescindível tomar medidas urgentes que visem a redução da emissão dos gases causadores do efeito de estufa. Mas alguém acredita que estes predadores de recursos estão na verdade interessados em prescindir do seu sacrossanto crescimento económico em prol do bem estar comum e das próximas gerações?
Como se pode conjugar um discurso assente no crescimento económico e baseado no consumo de recursos enegéticos com o discurso de pendor ecológico que estabelece metas de redução de emissão de CO2? É querer estar de bem com Deus e com o Diabo coisa que, todos sabemos, não só é impossível como nos leva a estabelecer pactos baseados em princípios contraditórios e de ética muito duvidosa.
Sinceramente, o que esta cimeira vem mostrar pela enésima vez, é que o modelo de desenvolvimento actual só pode conduzir-nos em direcção ao precipício do esquecimento. É o hara-kiri da humanidade que estes senhores representam. A China e a Índia estão a crescer de tal modo que, não tarda, criam um G2 que engolirá os G8 e os outros que sobram do grupo a que eles já não deviam pertencer.
O mais triste de tudo isto é que haverá uma série de países do Sul que hão-de passar ao lado da "felicidade" humana. Os vizinhos do Norte encarregar-se-ão de consumir o planeta até ao tutano e eles, a Sul, nunca saberão o que é conduzir um automóvel com um GPS enquanto os miúdos se distraem, no banco de trás, com os seus Game Boy ou, melhor um pouco, as suas Play Station Portable. Nunca poderão desfrutar de um LCD com 190 canais nem de uma bebida fresquinha, acabada de saír do frigorífico, enquanto o aparelho de ar condicionado se encarrega de fazer Inverno no Verão e vice-versa. É esta capacidade de contrariar a Natureza que nos leva, sadicamente, à sua destruição. O pior de tudo é que a destruímos por nada, por mero prazer e satisfação de necessidades artificiais.
Mas não parece haver grande coisa a fazer. Fico com a sensação que a única esperança do planeta é o desaparecimento do modelo de desenvolvimento que caracteriza a nossa espécie actualmente. Um grande desastre, o colapso do actual sistema económico e... buuuum! Os que restarem de nós, recomeçarão a construção de um universo humano diferente. O planeta, se falasse, haveria de concordar com isto. Digo eu, o pessimista.
3 comentários:
Você não é o único a ser pessimista nesta história. Concordoo com o descasso com a natureza. Estamos colhendo tempos ruins desta história.
JU Gioli
TERTÚLIA VIRTUAL DIA 15. TEMA : O MELHOR LUGAR DO MUNDO (O G8 NÃO VALE).
Ju, diz um poema que "atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir..." virão, decerto.
Expresso, está registado.
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