domingo, setembro 21, 2014

A pele e os sapatos

Em Portugal (não sei se a expressão é válida noutros países lusófonos) quando pretendemos compreender ou explicar sensações ou atitudes de outra pessoa dizemos: "não lhe queria estar na pele" ou "é preciso estar na pele dele"; "estar na pele" é uma expressão muito forte.

Tentamos expressar a dificuldade extrema de compreender o que vai na alma alheia, assumindo que a única forma de podermos ter uma ideia aproximada do que é o outro seria estar-lhe na pele, habitar o seu próprio corpo.

Os ingleses têm uma expressão vagamente equivalente. Trocam a pele pelos sapatos do outro. "To be in someone's shoes" será, para quem fala esta língua, o suficiente para trocar de lugar com outra pessoa. Quererá isto dizer a mesma coisa?

Convenhamos que as expressões idiomáticas são pistas tortuosas mas significativas daquilo que nos vai na alma... e debaixo da pele.

segunda-feira, setembro 15, 2014

Romantismo

Para compreender melhor esta imagem procurar aqui 

Os artistas românticos tinham aquele jeito especial de ligar o estado de espírito dos seus heróis e personagens às condições climatéricas e meteorológicas que os envolviam. Personagem e cenário eram um só, o mundo sob o olhar de forças superiores, o homem joguete das forças cósmicas, ok, ok, a gente sabe.

Hoje é o 1º dia de trabalho mais a sério na escola. Embora ainda não haja aulas está a fazer-se a recepção aos alunos. Lá fora chove como já não me lembrava que pudesse chover. Chove a cântaros, chovem cães e gatos, o céu desaba sobre o espaço de recreio que, ao contrário do que seria de esperar num 1º dia de aulas, está completamente vazio. Ninguém no seu perfeito juízo iria meter a cabecinha de fora com um dilúvio desta magnitude.

Ora, se o mundo responde aos estados de espírito dos heróis (ou o contrário, também serve), então hoje há no universo humano uma tristeza de tal modo insuportável que obriga este mundo a chorar baba e ranho sobre si próprio. Deve haver tantos alunos e professores com o coração  destroçado por voltarem ao espaço escolar que o céu chora como uma Madalena arrependida.

Só pode ser isso! Esta é uma explicação perfeitamente plausível para esta chuvada inesperada.

sexta-feira, setembro 05, 2014

100 cabeças num outro lugar

No último mês dediquei grande parte do meu tempo à execução de 5 pinturas em superficíes quadrangulares de 1 metro de lado. Se tudo correr conforme o previsto irei expor estes trabalhos num bar/oficina de bicicletas que fica em Cacilhas, o Mundofixie. O título da coisa será 5m2; óbvio. A organização do evento tem o selo do Cidadão Exemplar.
Aqui ficam imagens dos trabalhos a apresentar nessa exposição que ainda não tem data marcada.




De cima para baixo: "Escravos do Dever"; "Marilyn"; "Nightmare in Escola Primária Street"; "O Mundo Morreu na Guerra" e "Canção de Embalar".