Nos últimos 3 dias tenho lido e relido este poema. Eu que não sou nada virado para a leitura destas coisas, deixei-me apanhar. Retirei-o de um livro oferecido com o Público, aqui há uns dias, da colecção Os Poemas da Minha Vida. O volume oferecido compila os poemas da vida do meu Mestre de pintura, Jorge Pinheiro.
O Mestre decerto se esqueceu de mim na nuvem confusa dos estudantes que lhe passaram à frente ao longo dos anos mas eu nunca o esquecerei nem ás suas palavras certeiras que tanto me ajudaram a ultrapassar a complicação com que imaginava o acto de pintar.
Foi Jorge Pinheiro o guardador do meu rebanho, foi ele quem me mostrou como o sentido oculto das coisas está sempre ali, a oferecer-se, impaciente que sejamos capazes de o ver. Tão simples, tão evidente e claro como água.
Pintura recente de Jorge Pinheiro
Nunca mais vi o Mestre (vi-o uma vez num programa na TV e comprei um livro sobre a sua obra vai para um par de anos). Não sei bem como pinta agora, ele que tão bruscas viragens foi capaz de dar ao sentido do seu trabalho. Lá bem no fundo sinto que ele vive um pouquinho através de mim e daquilo que faço, tantas são as vezes que dele me lembro quando estou defronte à pintura que estou a pintar.
13 comentários:
Eu gosto de Pessoa, mas sempre o achei demasiado hermético. Devia ser do absinto.
Bom, o post foi bastante aumentado desde que o comentaste. Mas lá que o absinto deve fechar um bocado certos canais, nisso estaremos de acordo.
2 mestres.
Sobre absinto, com certeza abre outros canais por compensação
abç
Bem observado, Guga, mais do que abre outros canais, escancara-os!
:-D
Há uns anos atrás havia um bar ali para os lados do Campo das Cebolas que se chamava "Aguarela" e servia uns absintos com sumo de limão e... e...ai, eu!!
Abriu-te os canais?
Quanto a Pessoa, gosto, com ou sem absinto e quanto mais hermético melhor.
Jorge Pinheiro conheço mal, mas por causa dele tenho de assinar Jorge Ferreira Pinheiro nas minhas obras, que o Mestre tem nome registado. A minha mãe é que gostou!
Com ou sem absinto eu na minha SANTA IGNORÂNCIA não conhecia Jorge Pinheiro, só o outro Ferreira!
Mas fui atrás de saber mais e amanhã faço uma postagem desse MESTRE Português. Gostei do figurativo que vi. A fase abstrata...não conheci, mas gosto pouco do abstrato! Deve ser por falta de absinto!!!!
Jorge Pinheiro (o pintor :-) além de ser uma personagem importante nas artes plásticas é, também, uma excelente pessoa. Foi o 1º professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa a incentivar-me a pintar aquilo que EU queria pintar, ensinando-me a pensar a pintura pela MINHA cabeça e não pela dele, como fizeram a maior dos professores que tive até o encontrar. Se não fosse Jorge Pinheiro talvez eu tivesse desistido de continuar a pintar após a conclusão da minha licenciatura. O absinto é um perigo!!!
Fiquei na dúvida se re-comentava já que a verificação de palavras insistia no KHAGÔ, mas desenduvidei e afirmo que entre o Absinto e uma cachaça chamada 'Claudionor'(de 57°) aqui de Minas Gerais a diferença do tombo é a mesma. 1,76 mts para ser mais exato.
ahaha
abraços
Acho que te identificas mais com o teu Mestre tecnicamente do que temáticamente.
+++ Aqueles profs(de m----)das Belas realmente só impunha, nem davam a mínima hipótese de sermos só nós mesmos.
Autêntica Ditadura.
Malditos!!!
ahahahahahah, este Guga! Chorei a rir! ahahahah
Guga, o meu tombo é mais modesto mas olha que a coisa é mesmo puxada!
Jo-Zei, o Jorge pinheiro foi para mim um Mestre com todas as letras. Além dos exercícios que me propunha e que davam excelentes resultados em termos de aprendizagem, nunca me censurou o negrume temático. Pelo contrário, houve um dia que desatou a rir às gargalhadas com uma pintura em que eu representava uma investida do Jack, o Estripador às putas em Sevilha. Confuso não?
Roserouge, o Guga saíu-se mesmo bem com esta.
hello,
i was surprised to see pinheiro incorporate the photography of Alexander Rodchenko in his painting.
I discovered Jorge Pinheiro at the Serralves Galeria in Porto, where there were a number of his geometric line+curve drawings.
Does anyone know if there is a published book of his work from this period??
please email me:
youngrebeau@gmail.com
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