A informação circula pelo mundo a uma velocidade estonteante. Num momento estamos ligados ao outro lado do planeta. Abrimos uma página de um jornal de Hong Kong com a mesma facilidade que podemos ler a imprensa chilena. As questões são imensas, variadas, repletas de dramatismo ou bom humor. O mundo nunca foi tão complexo, apesar de sempre o ter sido.
No meio de tal catadupa informativa tentamos descobrir uma linha narrativa, algo que faça sentido para a nossa capacidade de compreensão. Construimos um ponto de vista pessoal de acordo com as nossas perspectivas. Escolher essa linha (ou descobri-la) é tarefa árdua e depende mais de nós, enquanto indivíduos, do que própriamente da "verdade" que nos é oferecida pelos meios de comunicação de massas. Nós próprios construímos o nosso modelo particular da realidade que nos envolve.
O mais complicado para muitos de nós é a capacidade de aceitarmos que aquilo em que acreditamos não é, necessariamente, a Verdade, mesmo que tenhamos provas irrefutáveis de que as coisas "são mesmo assim". A validade do nosso ponto de vista depende, na maior parte das ocasiões, da nossa capacidade de os expormos e defendermos perante as dúvidas que sobre ele se levantem. Quantas vezes uma pessoa cheia de razão acaba por perdê-la ao não conseguir passar eficazmente a mensagem aos outros?
Olhamos o mundo dentro de écrans, como se estivessemos a observar um aquário. A rua, o bairro, a cidade em que habitamos parecem-nos fastidiosas e desinteressantes, andamos enamorados de um mundo virtual. Mas, se repararmos bem, ali na rua, aqui no bairro, dentro desta cidade, está um mundo maior e mais real, repleto de pessoas de carne e osso, um mundo que tendemos a desprezar.
Preferimos construir a "verdade" a partir dos sinais da "realidade" que nos são fornecidos pelas agências noticiosas internacionais. Tentamos compreender o imenso "mundo exterior" para depois podermos enquadrar o mundo mais pequeno em que nos deslocamos quotidianamente. Fará isso sentido? De que modo a questão dos refugiados palestinianos no norte do Líbano pode afectar a minha existência? A Globalização é assim tão radical? Ou não?
Vou para a escola. Vou dar aulas a dois grupos de crianças que preferem ser consideradas pré-adolescentes. Têm entre 12 e 13 anos. Têm o mundo todo à sua frente. Espero ajudá-las a encontrar a sua narrativa particular na selva visual em que nos movemos. É para isso que trabalhamos só que a maior parte dessas crianças ainda não percebeu bem o nosso objectivo. Vou tentar explicar-lhes tudo, mais uma vez. Oxalá um dia compreendam.

























Todos os anos é a mesma coisa e repete-se a romaria. Os católicos acorrem aos milhares a Fátima, lugar santo onde aconteceram coisas extraordinárias em tmpos que já lá vão. Para quem acredita em aparições e outros fenómenos sobrenaturais, Fátima é de visita obrigatória.


Tal como nós, também o chimpanzé começa a ser (é agora) reconhecido por muitos como um patamar evolutivo em direcção a uma espécie mais desenvolvida. A nossa espécie não pode ser o "fim do caminho" da inteligência animal. Isso seria demasiado cruel. 








