Luís Campos e Cunha, o Sr. do frigorífico. Foi o Ministro mais escorregadio deste governo pois desapareceu quase tão depressa como apareceu. Mas foi ele quem abriu a porta do congelador. Adeus ó vai-te embora!
Função Pública
Congelamento das carreiras prolonga-se até ao final de 2008
É espantoso. As carreiras dos funcionários públicos foram metidas no frigorífico em Junho de 2005 com a garantia de que por lá ficariam "apenas" até estar concluido o processo de revisão das ditas cujas que, nas contas do Ministro das Finanças dessa época, se resolveria lá para finais de 2006. Mas... estamos em Portugal, pois então. Passou 2006, vamos com 2007 já crescido e nada. Sabemos agora que as carreiras vão continuar no frio gélido até ao final de 2008!!! A coisa atrasou-se. Mas haverá algo que não se atrase neste país? Os menos optimistas chamam-lhe mesmo "um atraso de vida". Mas estão a exagerar. Um bocadinho.
Quer isto dizer que em 2009 uma elite de funcionários com classificação de "excelente" atribuída pelas chefias respectivas verá finalmente a sua carreira em plena luz do Sol, esse astro redentor que tudo aquece e que, quando nasce, é certo e sabido que nasce para todos.
Mas (há sempre um mas nestas histórias) essa classificação de "excelente" é limitada a 5% dos funcionários de cada serviço e vamos lá a ver se haverá dinheirito para cobrir a despesa. Ou seja, um serviço onde toda a gente trabalhe como bestas de carga, obedeça cegamente ao chefe e ainda lhe ponha o adoçante no café, não terá a mínima das mais pequenas possibilidades de ver todo o pessoalzinho a ser recompensado como mereceria. Só 5%. E só se houver dotação orçamental. Não posso crer! Como irão ser escolhidos os "excelentes"? É que terão de ser os mais "excelentes" de todos os "excelentes", caramba! La créme de la créme, como dizem os franciús. Pobres chefes, coitadinhos, que vão ter noites terríveis de insónia quando chegar a hora de fazer a listinha.
Já sabemos que tudo isto é necessário para conter a despesa pública e equilibrar a puta da balança. Estamos carecas de saber que temos de fazer sacrifícios e o diabo a quatro. Também sabemos quem são os que fazem esse papel. São os funcionários públicos, claro. Mas só a ralézita que os tubarões, lá no cimo dos cadeirões, continuam a comer como peixe graúdo que são.
Se eu soubesse como as coisas são quando era miúdo, em vez de querer ser bombeiro ou agente secreto devia ter metido na cabeça que queria ser sub-secretário de estado ou assessor de ministro. Porque é que não me lembrei disto quando era tempo?
ler notícia completa em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1294891
4 comentários:
Excelente o teu artigo! Só mesmo a tua ironia me poderia fazer esboçar um sorriso com um assunto tão triste.
A questão do congelamento em si acho que já não me merece comentários. O pior é que são sempre os mesmos a equilibrar a balança.
Sabes, eu de vez em quando, tenho feelings... Um deles dizia-me exactamente que ia continuar congelada. Como de costume, verificou-se :(
Enfim...
Beijinhos :)
Não há problema. Um bom sobretudo protege-nos destes Adamastores de pacotilha.
Silvares,
A carreira de político, sem dúvida, é a que mais traz benefícios.
Abraço
Pois é Lord, mas ninguém nos falava disso quando éramos crianças. Eu e osmeus amigos queríamos todos ser bombeiros. Bombeiros!!!??? O mundo mudou mesmo muito.
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