Todos sabemos que qualquer posição se enquadra num sistema tríptico de coordenadas. Temos o painel central, a asa direita e a asa esquerda. As posições políticas também andam assim entendidas. Poderemos falar de "direita", "extrema-direita" e... caramba, como designaremos os gajos mais posicionados lá do outro lado, "esquerda-direita"? "Extrema-esquerda da direita" (assim quase a dar para a ala direitista de um partido do centro)? Ou será que não há esquerda que valha à direita nem vice-versa?
A direita portuguesa (a menos extremosa) vive dias complicados. Vive-os desde 1974 pois, apesar de o Maior Português de Sempre da RTP ter sido Salazar, após 48 anos de regime saloio não restaram muitos cidadãos dispostos a apoiar um modo de fazer política e de atrapalhar a vida alheia que mostrou a sua incapacidade em construir um país que se visse. Sob a dominação salazarista Portugal quase desapareceu do mapa das nações civilizadas. A crise da direita vem daí ou por aí ficou e não se vislumbra grande regresso a um espectro político que tem em Paulo Portas o seu médium principal.
Seja como for, esta direita lá se encaixou como pôde no regime democrático e, por muito que me custe afirmá-lo, tenho de reconhecer que, sem ela, o regime fica incompleto. Mas há a tal asa direita do tríptico, a tal extrema-direita, que teima em não encontrar forma de mostrar à sociedade que tem capacidade para entrar no "jogo" da Democracia.
Estes escondem-se, fintam, trapaceiam, mentem e desmentem, são violentos e fundamentalistas... peço desculpa de não ser capaz de lhes encontrar uma virtude que seja e peço desculpa também por não ter paciência suficiente que me permita elencar todos os seus defeitos e podridões. Eles estão aí. Algures. De vez em quando mostram-se à luz do dia e ficamos sem saber se havemos de rir da sua infatilidade brutal e da tacanhez das suas palavras de ordem ou se devemos preocupar-nos por serem assim, tão infantis, tacanhos e abrutalhados.
Infantilidade, tacanhez e brutalidade não são crimes previstos no código civil mas em doses cavalares constituem um risco social que não deve ser menosprezado.
Seria muito importante trazer estas crianças grandes para a luz do dia, pô-las a falar e a debater (na medida do possível) as suas perspectivas políticas e sociais. Confrontarmo-nos todos aos olhos de todos e não apenas nas sarjetas de ruelas escuras quando os animais atacam em bando e esfrangalham uma vítima indefesa pelo simples prazer de fazer mal. O problema é que há alguns desses animais, por aí, à solta, quando o seu lugar é numa jaula!
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