quarta-feira, abril 18, 2007

O filho da ilha


Não parece ser fato de Carnaval. Se dúvidas houvesse, a bandeira branca na parede mostra que a cena é real.

A Net tem destas coisas. Um passeio despreocupado e, catrapum, ao virar de uma esquina aparentemente inofensiva damos de caretas com informações inesperadas. Ora vejam lá esta.

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, Presidente do Governo Regional da Madeira, nasceu no Funchal em 1943.
É licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo sido professor nos ensinos técnico e secundário.
É Professor Convidado da Universidade Independente.

Professor convidado da Universidade Independente!? Ainda há quem ponha em causa a excelência desta instituição. Caramba, só mesmo por má vontade ou inveja venenosa! Esta informação consta da página da UnI (http://www.uni.pt/homepages/docentes/jjardim/index.htm) e surge igualmente na fatal Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_João_Jardim) com alguns retoques de fino recorte.

Faço notar que não aparece registada a nota final de graduação do jovem Alberto João na Universidade de Coimbra ao que consta aluno de má memória e fracas capacidades intelectuais. Mas, justiça lhe seja feita, se não é necessário ser-se Engenheiro para desempenhar com competência as funções de 1º Ministro da República Portuguesa, muito menos será exigível um pingo de inteligência ou sensibilidade ou ainda da mais rasteira boa educação, para presidir com sucesso ao Governo Regional da Madeira. Alberto João é disso prova viva e de boa saúde.

Mais uma vez tropeço neste figurão por força das notícias que dão conta dos privilégios especiais e exclusivos de que gozam os governantes daquela autêntica Região das Bananas e que lhes permitem acumular salários devidos pelo desempenho das suas funções governativas com reformas chorudas. Isto quando todos os outros titulares de cargos governativos no Continente e nos Açores estão abrangidos por um regime de incompatibilidades proposto pelo governo de José Sócrates, esse grande moralizador das massas populares, e aprovado pela maioria socialista na Assembleia da República no recente mês de Outubro de 2005.

Alberto João, como é costume, recusa-se a aplicar a lei da República, argumentando que a lei do seu bananal particular é outra. Aliás, deixou bem vincada (mais uma vez) a sua falta de assiduidade aos chás das 5 em casa das titis ao afirmar que os jornalistas que tornaram público o valor da sua reforma (4124€ mensais da função pública) não eram mais que "uns bastardos na comunicação social do continente-eu digo bastardos para não dizer filhos da puta".

Ora aí está! Alberto João poderia ter chamado "filhos-da-puta" aos tais jornalistas mas não o fez (apesar de o ter dito), ficando-se pelo bem mais brando e, até, reconfortante epíteto de "bastardos". Vindo de quem vem é quase carinhoso. Já agora e por mera curiosidade (juro que é apenas curiosidade) gostaria de saber se João Jardim ainda é professor convidado da UnI e se ganha algum dinheirito com essa actividade ocasional. E, ai a curiosidade, se passa recibos verdes ou se, lá na ilha, também não se usa disso?

Há jogadores do Marítimo e do Nacional da Madeira que não ganham nem metade do que ganha o Albertinho. Segundo os cânones da República Portuguesa isso prova que alguém está a ganhar o que não devia.

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