Por vezes olho à minha volta e tenho a impressão que há qualquer coisa a encolher que me aperta os ossos de encontro aos músculos (chamesmos-lhes assim). Não sei bem, é uma cena meio a dar para o estranheco, uma coisa má, que está mal e podia não estar... não sei explicar lá muito bem... não passa de uma sensação, não sei se estás a ver. Uma cena daquelas que podíamos mudar se nos déssemos ao trabalho de mexer uma simples palha mas nós, nem isso!
E depois, por outro lado, há aquelas outras cenas da categoria mais fatal que é a do destino ou lá o que é essa merda que nos acontece porque tem de ser mas também podia não ter acontecido. Li ontem a crónica de Lobo Antunes na Visão desta semana. Onde ele diz que tem um cancro e está completamente à rasca e que saber que a morte pode vir ao virar da esquina nos deixa ainda mais fodidos que não saber nada de nada. Que é como uma explosão no peito e que deus começa a ganhar uma forma indistinta moldada na vaga esperança de que não seja tanto assim. Na esperança de que haja cura para o mal absoluto.
E sabemos que não há.
E as pessoas mais admiráveis passam a sê-lo por outras razões que até aí nem existiam. As pessoas mais admiráveis têm tanto pavor da morte como as outras todas porque a morte há-de chegar e não há coragem que aguente.
Nem mesmo aqueles que têm condão de ouvir o sussurrar dos anjos...
2 comentários:
tu nao dormes
good work
abraço
c.
Comentando o comentário do Cesar, diria : os grandes mestres não dormem, repousam! Risos!
Enviar um comentário