Ainda não tinha ouvido falar muito da personagem. Acho que lhe tinha passado os olhos por cima e ao de leve nalgum zapping mas deve-me ter parecido igual a muitas outras coisas que se mastigam e deitam fora depois de perdido o sabor. Notei o nome quando, num questionário mais ou menos informal que fiz aos meus alunos de Arte e Comunicação do 7º ano de escolaridade (idade média 12 anos), aparecia insistentemente: "Qual a tua série de TV preferida?" Dr. House, Dr. House, Dr. House... foram tantos os pirralhos que escreveram o nome do Dr. House que fiquei curioso. Evidentemente. Na primeira oportunidade vi um episódio mais ou menos completo.
Ainda estou meio confuso; o que terá o Dr. House de tão apelativo para a criançada? Não seria de esperar que tivessem outro tipo de preferências? Algo mais dirigido a eles? Há tanto "pedopsicólogo", tanto especialista em marketing e universos juvenis envolvidos na criação de conteúdos televisivos para aquela maltinha e logo haviam de se tomar de amores por uma série que não me parece, de todo, a eles dirigida! Mistério.
O Dr. House é vaidoso, convencido, assertivo, coxo e, como se tudo isto não bastasse, fala de coisas incompreensíveis, questões médicas estranhíssimas e farta-se de meter o nariz onde, à partida, não parece ser chamado. Estas qualidades da personagem poderiam parecer defeitos mas não parecem incomodar a catraiada, antes pelo contrário.
Lá vai a Era dos Heróis, do Tarzan e do Texas Jack, do Zorro e do Robin Hood, em que as aventuras se passavam ao ar livre, em tempos idos ou locais exóticos. O Herói dos "meus" miúdos passa o tempo fechado num enorme edifício, uma clínica ou hospital ou lá o que é aquilo e, em vez de um par de colts ou um arco-e-flechas anda apoiado na sua bengalinha a abanar seringas e sacos de soro.
Não há dúvidas que atrás dos tempos vêm tempos mas, depois de uma cena destas, sou incapaz de imaginar que outros tempos hão-de vir!
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