segunda-feira, janeiro 28, 2008

... outro filme

Hoje fui ver este "Sonho de Cassandra". Na verdade a nossa intenção era assistir ao filme "Expiação" mas um avanço de 15 minutos atirou-nos (a mim e à Ana) para uma sala próxima onde iria passar esta realização de Woody Allen, a mais recente.
Tal como proponho no post anterior, não ver um filme por ser com este ou aquele actor de quem não gostámos em algum momento pode levar-nos a perder algo interessante, também o inverso acontece com frequência. Eu explico: ir ao cinema ver um filme só porque é realizado por um artista de quem temos boas referências pode deixar-nos um amargo de boca tão grande como escolher esse filme porque lemos uma excelente crítica sobre ele e, no final, não conseguimos compreender porque raio foi tão bem criticado. Ou seja, ver cinema é um acto arriscado a menos que estejamos na disposição de ler tudo e mais alguma coisa em jornais e revistas da especialidade, por forma a limitarmos as hipóteses de apanharmos uma valente seca lá na fila G, lugar 18, ou outra coisa do género. Também não sabia nada sobre este filme. Nadinha, absolutamente. Guardava apenas uma vaga memória de ter visto poucas estrelas num daqueles quadros com classificações dos críticos do Público. Mas talvez fosse em relação a outro filme... talvez! Agora parece-me que a escassez de estrelas bem se poderia aplicar a o "Sonho de Cassandra".
Trata-se de um filme crú e estranhamente incomodativo com um elenco de luxo, mesmo nos papéis mais insignificantes. Talvez o Ewan McGregor seja o menos brilhante de todos por não conseguir ultrapassar o estereótipo de si próprio que tão bem funcionou em "Trainspotting". Talvez seja a direcção de actores que cria algumas cenas tão estranhamente realistas, a mãozinha marota de Allen a fazer das suas. Talvez tenha sido isso que, no final, me deixou tão assarapantado, sem saber bem o que pensar (ou sem pensar, apenas?). O filme é uma espécie de soco nas costelas. Não é que doa muito, apenas nos deixa a coçar o lombo sem percebermos bem porque razão é que fomos socados.
Resumindo, caríssimo leitor ocasional, se estiveres com disposição e já tiveres ouvido falar de um tal de Woody Allen, não hesites muito. Faz o que muito bem te der na real gana!

2 comentários:

Anónimo disse...

O Woody anda a descambar para outros horizontes...ele que se dedique ao jazzz (velhinho)com o seu clarinete.
A fonte estará a secar???

Silvares disse...

A secar não digo. Parece é que vai deitando outro tipo de liquído, já não é aquele não-sei-quê! É mais tipo não-sei-quantos.