O mesmo povo que teve clarividência suficiente para eleger Cavaco como presidente da República não terá capacidade para decidir sobre a bondade das propostas do Tratado de Lisboa. Se isto não é um atestado de menoridade intelectual será o quê? Desta forma Cavaco, que está muito longe de reunir as capacidades mínimas em termos culturais e cívicos para ocupar o lugar que ocupa, esclarece-nos sobre a imagem que tem de si próprio. Um povo incapaz de decidir sobre uma questão como a do Tratado de Lisboa só pode eleger um presidente à sua imagem e semelhança.
"Trata-se de um instrumento da maior relevância para a afirmação de uma União mais eficiente e mais capaz de responder aos anseios dos seus cidadãos", considerou Cavaco Silva.
E é Cavaco quem sabe e decide, lá do alto do cadeirão? Ele não consegue perceber que o país não é nenhuma das escolas onde deu aulas e que os cidadãos não são alunos interessados em tirar boas notas tentando agradar ao senhor professor? Pense bem por uma vez, senhor presidente; não estamos à espera que nos avalie, quem está a ser avaliado é o senhor. E, na minha caderneta, está próximo do zero.
O primeiro-ministro, José Sócrates, decidiu propor a ratificação do Tratado de Lisboa por via parlamentar, uma decisão que será comunicada esta noite à Comissão Política socialista. O anúncio oficial será feito amanhã, durante o debate quinzenal na Assembleia da República.
Que Sócrates iria, mais uma vez, faltar à palavra dada em campanha eleitoral já se sabia. A dimensão cívica e humana deste político com nome de filósofo e título de engenheiro fica, mais uma vez, a descoberto.
Temos um primeiro ministro mais volúvel que um miúdo guloso e um presidente da república mais previsível que uma fatia de bolo-rei. O par perfeito!
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