domingo, janeiro 27, 2008

Notas

O "Retrato de um Homem", de Antonello de Messina, é de uma perfeição técnica tão grande que é quase impossível acreditar naquilo que nos entra pelos olhos. A cobertura uniforme da superfície, o brilho incomparável das tintas e das cores, absolutamente excepcional!
O que importa é o significado. A técnica que usamos não é mais do que uma dificuldade, um empecilho a ultrapassar. Uma vez dominada, a técnica transforma-se num meio de transporte que nos leva em velocidade de cruzeiro por uma auto-estrada de seis vias ou mais. Sempre a abrir! Mas, para que a viagem não se torne enfadonha, teremos de ter algo a dizer. Pessoalmente não acredito na abstracção pictórica enquanto forma de acção interventiva. Por vezes não consigo evitar pensar que a abstracção em pintura é uma espécie de masturbação com uma multidão de amantes potenciais que asssitem ao acto. Uns mais interessados, outros nem por isso. A pintura pode ser muita coisa muito diferente mas, se tivermos algo para dizer, dizemos. Se não temos nada para mostrar além do nosso umbigo, então basta levantar a camisa.
Apontamento perante a pintura que ilustra este post, na National Gallery de Londres em Agosto de 2006




9 comentários:

Anónimo disse...

CONCORDO, CONCORDO e CONCORDO!
Vai para o Varal!
Bravo!!! Silvares. Grande nota!

Bom Domingo!

Silvares disse...

Obrigado Eduardo. Perante grandes pinturas a mente abre-se com maior clarividência... acho eu.

Anónimo disse...

Sem dúvida! Elas são as janelas para as verdades!

Abçs e obrigado pelas ótimas postagens! Uma melhor que a outra!

... disse...

olá, Silvares
Volto aqui.
Pensar assim deforma a pintura, como não dá forma, e de qualquer forma, desinforma novas formas.
Veja o que pensava Maliévitch no "
Novos sistemas na arte" em + - 1919.
(continuação de postagem anterior)

... disse...

olá, Silvares
Volto aqui.
Pensar assim deforma a pintura, como não dá forma, e de qualquer forma, desinforma novas formas.
Veja o que pensava Maliévitch no "
Novos sistemas na arte" em + - 1919.
(continuação de postagem anterior)

... disse...

olá, Silvares
Volto aqui.
Pensar assim deforma a pintura, como não dá forma, e de qualquer forma, desinforma novas formas.
Veja o que pensava Maliévitch no "
Novos sistemas na arte" em + - 1919.
(continuação de postagem anterior)

Silvares disse...

Compreendo muito bem e respeito a arte a que chamamos abstracta. No entanto posso dizer-te que quando vi algumas telas de Malevitch "ao vivo" tive a sensação de estar a ver os objectos mais aterradores que jamais me foi dada a possibilidade de olhar. Na verdade não me foi possível ficar-lhes indiferente: odiei-os, o que já quer dizer qualquer quanto à sua qualidade. Na minha opinião (que está longe de ser inocente) Malevitch, Mondrian e outros vanguardistas do século XX disseram tudo o que havia para dizer em termos de abstraccionismo. Depois deles há muita desonestidade intelectual e muito umbigo a saltar debaixo da camisa. Claro que aceito argumentos contrários mas aviso desde já que tenho um espírito algo iconoclasta no que à arte diz respeito.
Um abraço.

Anónimo disse...

o Warhola urinava para cima das obras(algumas abstractas)...para enferrujarem, ...obras oxidadas pelo tempo.

Silvares disse...

Ganda mijão, o bom do Andy.
:-)