Parece ser definitivo. A curva no gráfico da evolução das condições de vida para a maioria da população neste recanto da Velha Europa entrou em queda, vertigem de montanha russa.
Ainda ontem lia uma pequena notícia no jornal em que um empresário tuga, do sector têxtil, se mostrava esperançado por haver movimentações reinvindicativas na China, onde os operários fabris ganham, em média, 30 Euros por mês. Alvitrava esse empresário que, ganhando mais, os operários lá dos pequins e dos xangais do Oriente remoto, teriam outro poder de compra e, então, absorveriam parte significativa da sua própria produção que, nos dias que correm, inunda os mercados ocidentais como tsunamis, não deixando hipótese de concorrência.
30 Euros por mês? Ainda por cima, não havendo Natal, não há subsídio, nem acredito que o ano tenha mais meses de ordenado que os devidos ao calendário.
A China é a China e, num mundo tão desiquilibrado como o nosso, o prato chinês na balança das forças internacionais pesa mais sozinho que os outros todos juntos, fazendo com que a tendência das condições de vida por todo o planeta seja inclinada na sua direcção. Estamos ajoelhados e de cabeça baixa perante a força incontrolável da Economia, desumana e bestial.
Portugal é quase um acidente no panorama económico internacional, uma ruga no lençol da perfeição orçamental, uma insignificância a escorregar em direcção ao mar e a caír em África, não tarda. Imaginemos a coisa de outro modo, façamos uma revisão profunda dos nossos anseios e do nosso modo de vida. O futuro é risonho, há quem diga, mas é um sorriso desdentado esse que tem para nos oferecer, pois quando chegar decerto será um futuro velho.
Observemos bem os moçambicanos, os macaenses, os timorenses e outros povos próximos de nós, temos muito a aprender com eles. Temos de reaprender a viver... reaprender a sermos humanos.
6 comentários:
Rui, e se os olhares de aprendizado se voltassem para a Alemanha, não seria mais produtivo?
Não temos a mínima hipótese. Nós somos morenos, não somos loiros.
:-)
hahaha!!! Mas alguns, como você, ainda não perderam o humor! E essa falta de humor, os alemães e portugueses tem em comum!
Mesmo assim os tugas riem com (muito) mais facilidade que os boches.
À dias ouvi um comentário curioso no programa "Jon Stewart Daily Show", dizia o seu convindado na entrevista, que havia empresas americanas que já não se deslocavam para a China porque ficava mais barato mante-las nos EUA... Não cheguei a perceber se era por causa dos ordenados dos chineses andarem a crescer, ou se era por causa dos ordenados dos americanos andarem a minguar.
Entre uma coisa e outra, decerto.
Enviar um comentário