O episódio degradante protagonizado pelos elementos da Arca de Zoe que tentavam "importar" crianças directamente do Chade para França sob o pretexto de lhes oferecerem um nível de vida muito superior ao que poderiam sequer imaginar caso continuassem em África ilustra bem o significado da palavra "chauvinista" que, normalmente, surge associada aos compatriotas de Astérix. Claro que não são apenas os franceses a estarem convencidos de que vivem numa parte do planeta que merece o lugar mais alto do pódio na competição das civilizações humanas.
Quando seremos capazes de aceitar a possibilidade de haver quem seja completamente feliz vivendo de um modo absolutamente diferente do nosso? Quando seremos capazes de deixar cada um escolher livremente o seu destino sem olharmos para os que são diferentes de nós com aquele arzinho trocista de quem se imagina o maior do mundo?
Nesta triste história há um pormenor que me deixa um tanto arrepiado. Li no jornal que os simpáticos benfeitores aliciavam as crianças com doces e promessas de as levarem à escola, argumentos de peso que garantiam a simpatia dos catraios. Talvez os mensageiros de Zoe pudessem investir algum dinheirito na criação de escolas no Chade. Assim estariam a contribuir para melhorar as condições de vida no local ao invés de pretenderem transformar os pequenos chadianos em franceses, cidadãos da União Europeia.
Se na verdade somos uns sortudos por termos um certo modo de vida, talvez fosse mais solidário criar condições para que os outros descubram o seu próprio, sem lhes pretendermos impingir o nosso, raptando-os. É que eles podem não gostar de vir para cá e depois será demasiado tarde para desfazermos a asneira.
Quando seremos capazes de aceitar a possibilidade de haver quem seja completamente feliz vivendo de um modo absolutamente diferente do nosso? Quando seremos capazes de deixar cada um escolher livremente o seu destino sem olharmos para os que são diferentes de nós com aquele arzinho trocista de quem se imagina o maior do mundo?
Nesta triste história há um pormenor que me deixa um tanto arrepiado. Li no jornal que os simpáticos benfeitores aliciavam as crianças com doces e promessas de as levarem à escola, argumentos de peso que garantiam a simpatia dos catraios. Talvez os mensageiros de Zoe pudessem investir algum dinheirito na criação de escolas no Chade. Assim estariam a contribuir para melhorar as condições de vida no local ao invés de pretenderem transformar os pequenos chadianos em franceses, cidadãos da União Europeia.
Se na verdade somos uns sortudos por termos um certo modo de vida, talvez fosse mais solidário criar condições para que os outros descubram o seu próprio, sem lhes pretendermos impingir o nosso, raptando-os. É que eles podem não gostar de vir para cá e depois será demasiado tarde para desfazermos a asneira.
Sem comentários:
Enviar um comentário