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Nicole Kidman está mais bonita dando a impressão que o passar dos anos, para ela, funciona a contento. Cada vez mais ganha aquela expressão vagamente ameaçadora, de sobrancelha carregada, que lhe dá uma certa graça. É acompanhada por Daniel Craig, esfíngico e imperturbável, dando o corpo ao manifesto, como de costume. Como diz o povo: "Quem dá o que tem a mais não é obrigado" e Daniel Craig oferece tudo o que tem. Não parece haver muito mais, ali por aqueles lados.
Penso que já deu para perceber que considero o filme dispensável mas também não virá grande mal ao mundo se o eventual leitor destas linhas se der ao trabalho de sentar os ossos numa sala de cinema onde passe o dito cujo. O tema do filme e o seu desenlace situam-se a um nível bastante primário, perfumados por um certo moralismo que, para narizes mais sensíveis, poderá mesmo ser interpretado como um fedor incomodativo.
Resumindo e falando sinceramente, "A Invasão" é como um "Comic Book" animado (a narrativa global conjugada e completada pelos noticiários televisivos é um recurso narrativo característico dos "Comics") com cenas de grande intensidade e uma prestação global bastante razoável mas falta-lhe fôlego no argumento e imaginação que provoque surpresa no espectador quando a coisa está mesmo a pedi-la.
Numa escala de 5 estrelas poderia dar-lhe 2 se bem que, num dia de maior empatia com o mundo que nos rodeia pudesse arriscar 3 sem me sentir muito envergonhado.
2 comentários:
Adoro suas críticas de cinema!
Talvez porque eu não sou crítico!
:-)
Obrigado pelas tuas palavras.
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