O 100 Cabeças fez ontem 2 anos de existência. Não foi por isso que se deslocou em força ao Pavilhão Atlântico para assistir ao espectáculo do Cirque du Soleil, intitulado Delirium, mas pode-se dizer que foi isso mesmo. As expectativas eram bastante elevadas. Afinal de contas este "cirque" é do mais badalado que há e já se sabe como a coisa é sempre a dar para o grandioso. E foi! As soluções cénicas e o aparato tecnológico resultaram em imagens deslumbrantes. Sem dúvida nenhuma estivemos perante uma manifestação exuberante de beleza. Mas... o espectáculo em si, o (frágil) fio condutor da estrutura narrativa, o motivo de toda a função, é tão fraquinho como um vitelo acabado de parir. Não chega a ser bem um musical nem um espectáculo de acrobacia, fica-se por qualquer coisa entre ambos. O que não seria de desprezar caso a banda sonora fosse algo de razoável. Mas, na minha opinião, está longe de ser razoável, é uma refinada porcaria. As extraordinárias imagens e funções físicas dos acrobatas de serviço afrouxam a cada novo tema, enrolam-se a cada canção, transformando um festival visual num imenso bocejo.
Dois anos de vida e um quase soninho descansado entre 7 mil almas que enchiam as bancadas do Pavilhão Atlântico.
2 comentários:
Parabéns ao 100 cabeças! O espetáculo de circo mais valia meter umas palhaçadas. As pessoas davam umas gargalhadas e saiam de lá bem dispostas.Pelos vistos é só fogo de vista.
Tive "azar" no espectáculo que fui ver. Os gajos têm cenas assombrosas (e o de ontem foi muito... bonito) mas não é aquele Delirium!
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