Agora que o vírus da gripe A até já é olhado com alguma simpatia por se ter mostrado tão mansinho dá para uma pessoa pensar que raio de coisa foi aquela! Que raio de alarmismo ensandecido varreu os meios de comunicação de massas por todo o mundo ocidental, de onde veio aquele maremoto informativo, onde teve origem e que objectivos estiveram por trás deste tremendo loooogro que nos impingiram à martelada nas nossas pobres cabeçorras?
Mais uma vez a técnica utilizada foi a do terror. Enfiaram-nos pelos olhos dentro a imagem de um vírus tremendo, mais letal que um tiro de metralhadora, capaz de nos deixar estendidos num caixão em menos de nada. Metralharam-nos diáriamente com notícias de novos casos e óbitos tenebrosos, convenceram-nos que a única esperança para a nossa espécie seria a vacinação em massa das populações. Estabeleceram-se listas prioritárias de pessoas a beneficiarem da milagrosa inoculação. Grávidas, crianças, pessoas com problemas respiratórios, por aí fora. Durante algum tempo estabeleceu-se um clima de terror pânico. Muitos de nós estavam dispostos a tudo para conseguirem a milagrosa vacina antes dos outros, fossem lá eles quem fossem.
Agora que o medo se vai transformando em estupefacção por termos sido tão crédulos, começam a surgir suspeitas de que tudo não passou de uma sádica maquinação fabricada nos mesmos laboratórios de onde saíram as tais vacinas. Fomos enganados! Fomos?
Esta história nada edificante mostra como as campanhas madiáticas que esgravatam os nossos medos têm um efeito bombástico em termos sociais. O medo tem campo fértil na ignorância e é nisso que pessoas e instituições sem escrúpulos apostam para nos transformarem em carneiros estúpidos, dispostos a tudo para salvarmos a pele. Foi assim com o H1N1, como já tinha sido com a Gripe das Aves ou a Doença das Vacas Loucas. Mas também foi nisso que apostaram quando nos impingiram a guerra no Iraque ou quando nos agitam o perigos inomináveis do casamento entre homossexuais e outras extravagâncias capazes de deitar por terra os fundamentos sagrados da nossa civilização. E nós caímos como patinhos. Porquê? Porque temos medo. Temos muito medo...
6 comentários:
É preocupante esta capacidade que alguns poderes têm de nos manipular, bastante preocupante.
e assim se estupidificam as massas.
o poder dos meios de comunicação é preocupante. ainda mais preocupante é a maneira como o poder utiliza este meio, que deveria agir como reacção ao sistema e não em prol deste.
abraço
Estamos muito evoluídos. Antigamente bastavam Fátima e futebol para manter as pessoas entretidas, sem pensarem muito nas suas próprias misérias. Ah, o poder da globalização.Modernices, portanto...
e agora a situação que se passou com o Mário Crespo só vem confirmar o que disse.
hoje, mais do que nunca, é preciso ter mesmo muito cuidado com o que se ouve e lê.
Pra onde estamos caminhando em professor?
Madoka
Olaio, o controlo sempre existiu. O que tem mudado é a nossa capacidade para ler nas entrelinhas e optar mais conscientemente.
Tiago, é complicado construir uma imagem global suficientemente limpa. Há muito lixo e muito ruído no panorama informativo. Cada vez mais.
Rose, olá! Já vi que o teu PC te andava a baralhar o sistema.
:-)
Modernices, como dizes, modernices que nos oferecem um olhar complicado.
Madoka, estamos caminhando em direcção a uma neoqualquercoisa...
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