segunda-feira, maio 26, 2008

Tempo




Esta manhã, quando comprava o jornal e cinco envelopes na papelaria da esquina, olhei o relógio e exclamei "Já é quase meio-dia caramba!". A Dona Ana confidenciou-me que também se surpreendera com a rapidez com que a manhã se transformara em princípio da tarde. "Se calhar há mesmo dias que passam mais depressa que outros." respondi. A Dona Ana olhou-me de um modo estranho e balbuciou "Se calhar...". Saí da papelaria a pensar nisto mas entretanto tinha-me esquecido. É que a tarde avança com certa lentidão.

6 comentários:

MoiMêMê disse...

O Tempo é mesmo estranho, às vezes nosso amigo (não se diz que o Tempo cura tudo?) outras vezes inimigo... Quando estamos à espera ele estica, quando estamos atrasados ele encolhe...
Mas as manhãs a mim também me fogem com muita rapides... agora aos olhas da Dona Ana, és um "freack temporal", eheh

Anónimo disse...

num romance sobre teorias do tempo que o Einstein teria tido antes de chegar à da relatividade, há uma particularmente bonita...
O tempo não era quantitativo, mas tão só qualtitativo.
E descreve depois um encontro de alguém num comboio, que encontra a mulher dos seus sonhos, combinam um encontro para "depois".. e vão até lá e esperam o necessário para se encontrarem... Não se sabe se passram dias ou horas... passou apenas o tempo necessário.
Tinha ainda a vantagem de nunca se chegar atrasado a nada.

Mas uma coisa é certa.. qualidade da idade, faz mudar a qualidade com que se vive e se dá ao tempo que passa

Anónimo disse...

A que horas te levantáste?

Silvares disse...

Moimêmê, a D. Ana também vai acabar por se converter... :-)

António, reflectir sobre a possibilidade de "andar" sobre um tempo que, ao invés de passar, se estende aos nossos pés como uma passadeira (vermelha, já agora) é um exercício poético de grande intensidade. Entramos num espaço hipotético em que grandes mentes (como Einstein) encontram momentos significantes para entendermos um pouco melhor o nosso espaço "real".

Albino, levanto-me todos os dias por volta das sete e meia mas nem sempre levo o mesmo tempo a chegar ao meio-dia. Tenho a impressão que o ponto de partida não sofre grande variação. O tempo dispara ou relenta conforme o ritmo do nosso coração. Qualquer coisa assim... :-)

Silvares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

time? an ocasional dream