Há dias assim, não há?
Um gajo regressa ao trabalho após umas férias descansadas (não está em causa se merecidas) e nem dorme tudo da noite anterior por lhe tropeçar um olho num raio de luz que se esgueira pela fresta da persiana.
Já que assim foi, põe-se um tipo a magicar como vai ser esse tal regresso. Decerto tão banal como regressos anteriores do mesmo género... imagina ele (imagino (imaginei) eu). O olho são, o que não havia tropeçado, lá seduz o outro para o sono e assim ficam, abraçados, olhando para dentro.
Depois é o despertar, o a reatar das rotinas que, bem vistas as coisas, nunca se repetem assim tanto como queremos acreditar. Há sempre qualquer coisinha diferente, um pormenor até ali ignorado, uma textura que, afinal, era bem mais macia do que conseguíamos recordar. O mundo é bem mais complexo do que parece. É tudo uma questão de sensibilidade. E bom senso.
Assim passa o dia. Somado aos anteriores não parece destacar-se mas, lá no fundo, foi diferente. Nada de especial para dourar alguma recordação, nada de extraordinário. Mas um novo dia que se vai fazendo velho nunca pode ter sido aborrecido!
É tudo uma questão de intensidade.
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