terça-feira, fevereiro 21, 2006
O robô-caveira
Leonel Moura convidado pelo Museu de História Natural de Nova Iorque (AMNH) a criar um robô pintor para a sala da humanidade.O AMNH tem em curso um projecto de renovação de vários módulos expositivos, entre os quais se destaca a sala dedicada à humanidade. A abertura está prevista para finais do corrente ano. A sala da humanidade apresentará um percurso desde os primórdios até aos dias de hoje. De forma a representar algumas das questões que as novas tecnologias colocam, em particular com o aparecimento da robótica e das máquinas inteligentes, o AMNH convidou Leonel Moura a apresentar uma proposta de instalação permanente com um robô pintor.Considerando que, mais do que outros, um robô capaz de produzir a sua própria arte questiona de forma profunda a natureza do ser humano.
Esta será uma questão fundamental.
Podem as "coisas" produzidas por um robô ser consideradas obras de arte?
Na foto Leonel Moura olha o parceiro de aventura como Hamlet olha a caveira.
Sobre o palco, a atenção dos espectadores suspensa da mais célebre das frases: "To be or not to be..." e a luz do projector queima a pele do actor, um suor ligeiro evapora-se e sobe em direcção ao céu virtual que é o da teia, sobre as tábuas.
Apesar de sabermos que tudo não passa de teatro, de representação, os corações batem mais depressa ou acomodam-se na dúvida aveludada que ganha contornos firmes, quase verdade, quase mentira, de tão sólida.
É a beleza a surgir, lá do fundo, vinda do quase nada.
Leonel Moura anda a brincar com a arte. A arte agradece, farta de ser olhada sempre da mesma maneira, sempre como comércio, como espelho mágico, sempre uma feira de vaidades.
Com a chegada dos robôs artistas podem as premissas mudar?
Aguardemos os próximos episódios.
http://www.lxxl.pt/artsbot/index.html
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