Liberdade com limites é a do pássaro na gaiola. Pode voar mas não faz mais do que saltitar do fundo da gaiola para o poleiro, dali para as grades, de novo para o fundo da prisão. Quase sempre até à morte.
Quem não compreende que a liberdade não pode ser limitada não é um ser livre. E quem não é livre tende sempre a limitar a liberdade, que é coisa alheia.
Não conheço a palavra do profeta Muhammad (paz esteja com ele). Conheço a palavra de Cristo (paz na Terra aos homens de boa vontade).
Sei que em nome de Cristo se cometeram algumas das maiores atrocidades que a mente humana foi capaz de engendrar. Mas não O confundo com aqueles que usurparam (e ainda usurpam) o Seu nome.
Vejo como também o nome de Muhammad (paz esteja com ele) serve de véu a contínuas humilhações da integridade humana e, apesar de não conhecer os fundamentos da sua pregação, estou convicto de não lhe ser feita justiça sempre que se mata e assassina invocando o seu nome.
Quando os homens se escudam com o nome de Deus ou dos seus profetas para darem largas à torpeza e à maldade que lhes vai na alma e corre nas veias, estão a emporcalhar inapelavelmente a palavra que dizem respeitar. Acabam por transformar Deus na gaiola e os homens em canários sem pio.
Só não compreende isto quem não percebe a própria incapacidade de ser livre.
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