sábado, junho 07, 2008

Não conto lá voltar tão depressa





O Rock in Rio é uma daquelas coisas que vale a pena experimentar. Há camisas que dizem "Rock in Rio, eu vou", ontem vi muitas que, apesar de estarmos lá dentro, diziam "Rock in Rio, eu fui" (talvez pudessem dizer, eu estou aqui:-) antecipando já o dia depois. O dia da ressaca.
Uma feira imensa, cheia de gente a andar de um lado para o outro, a levantar poeira, como na canção da senhora Sangallo, onde há demasiadas coisas a fazerem barulho ao mesmo tempo. Por exemplo, é um tanto desagradável assistir ao excelente concerto dos Clã (no palco mais pequenino) com o "unx, unx, unx" da pista de dança a fazer de tapete ao som da banda da incendiária Manuela Azevedo (esta mulher é uma força da natureza!).
Muito Rock na sessão de ontem. Mais Rock do que o habitual naquela espécie de rio de gente com margens de lago e que, por isso, corre perdido, sem ter onde ir que não seja ali mesmo. Um rio que escorre para dentro de si próprio. Deixemo-nos de esquisitices: ontem foi uma sessão especial do festival. Os Muse são qualquer coisa de absolutamente extrordinário, os OffSpring põem o rolo compressor em funcionamento e vão por ali fora, os Linkin Park (os mais estranhos e obscuros dos 3) acabaram por soar de forma algo agressiva aos meus ouvidos. Após uma boa mão-cheia de horas de concertos e confusão, nem outra coisa seria de esperar. Mas é sempre mágico assistir à comunhão dos espectadores uns com os outros e todos com a banda no palco, cantando a plenos pulmões cada hit logo a partir do 2º ou 3º acorde. Arrepiante.
Apesar de tudo, não conto lá voltar tão depressa. Será necessário algo de muito (mas mesmo muito) especial para me levar a meter os patins de regresso ao Rock in Rio. É que, por altura da próxima edição, a minha filha já poderá ir sozinha e não vai precisar do conforto de saber que, no meio daqueles milhares aparentemente infinitos, estão duas personagens que são os pais, para o que der e vier.
Não deu e não veio. O ambiente é surpreendentemente pacífico. É nítidamente uma festa o que para ali vai. Uma celebração pagã, festejando todos aqueles deuses e semi-deuses do panteão da cultura Pop do novo século.
Estar ali (sóbrio) dá que pensar.

(o vídeo aí em cima é de uma actuação ao vivo dos Muse, algures e nem sei quando. Tem um som mesmo mau (a voz mal se entende)e dá uma imagem pálida daquilo que foi a portentosa exibição de talento na noite de ontem. Pálida até porque as imagens deste vídeo foram captadas sob a luz do dia e todos sabemos como a noite é capaz de fazer brilhar as estrelas! Há mais uns quantos vídeos no menu deste, melhorzinhos. Se tiveres pachorra e gostares de Rock'n'Roll do melhor, explora a coisa porque vale bem a pena.)

4 comentários:

Anónimo disse...

+++ afimei logo: - não vou ao Rock in Rio! Pelos vistos não perdi nada de nada.
+++Já enviaste "bonecos" para a Feira Laica(bedeteca)? É até ao dia vinte deste mês.

Silvares disse...

Perdeste os Muse, pelo menos. E a oportunidade de assistir "in loco" a um fenómeno extraordinário da cultura Pop actual. À parte isso não perdeste grande coisa.

Anónimo disse...

:-) ;-) :-( ...por alguma razão foram eleitos a melhor banda Britânica em 2007.

Silvares disse...

Merecido, sem dúvida.