domingo, fevereiro 10, 2008

Onde pára a BD?



A (não) publicação de revistas de Banda Desenhada é um dos grandes fiascos culturais com que nos debatemos. Ao longo dos anos ora surgiram ora sumiram os mais variados títulos com vida cada vez mais curta à medida que os anos foram passando. O Tintin, O Mundo de Aventuras, O Falcão, O Jornal do Cuto, foram revistas que me ocuparam o universo mental e moldaram o meu imaginário. Nos anos 70 a TV não oferecia grandes alternativas e o cinema não era capaz de elevar a fasquia da espectacularidade visual por se debater com dificuldades tecnológicas enormes. Era na BD que se encontravam os mais interessantes dos heróis e as mais espampanantes das aventuras.
Mudam-se os tempos e já se sabe, nada fica como dantes. Nos tempos que correm se perguntarmos a 100 crianças na casa dos 11-12 anos que BD gostam de ler as respostas poderão ser estranhas. Raros são os que lêm BD para lá do Tio Patinhas. Astérix é a personagem mais popular e Lucky Luke já é só para os mais intelectuais do grupo. Nem todos relacionam o Homem-Aranha ou o Batman com o suporte revista. É como imaginar um frango real quando só se conhecem os que se compram no supermercado devidamente limpos e tudo o mais, sem cabeça, nem patas, nem unhas, nem bicos, nem aquele aspecto de atrasados mentais. Olhando apenas para o cadáver embalado com celofane é complicado imaginar o animal verdaeiro.
Meio de comunicação de massas por excelência ao longo dos anos 70/80, a BD viu-se ultrapassada pelo cinema e pelas séries televisivas. Aliás, a BD, nomeadamente os Comics americanos, fornecem muitas personagens para os écrans com o sucesso que se conhece.
Mas, apesar de tudo, a BD não morreu, antes pelo contrário. Quer dizer, em Portugal está morta, mais uma vez, mas podemos sempre encontrar publicações espanholas, francesas, inglesas, norte-americanas, etc., isto é, podemos comprar BD em Portugal mas raramente se pode comprar BD em Português. Muito menos BD portuguesa. Enfim, temos a FOX para tirarmos a barriga de misérias e as séries televisivas vieram substituir as colecções de Banda Desenhada.
Não há nada que bata um écran nos dias que correm. Qual será o suporte que há-de destronar o écran? Existirá algum capaz dessa proeza?

3 comentários:

Anónimo disse...

Taí uma boa pergunta!
Vamos pensar! Mas é difícil...

Silvares disse...

As tecnologias aplicadas à comunicação de massas estão cada vez mais próxima do interior do nosso corpo. O próximo passo será a invasão do cérebro com instrumentos artificiais que permitam acesso a informação? Uma espécie de prótese que substitua os écrans?

Anónimo disse...

É a relidade virtual que está aí à mão de semear. Mas a mim quem me tia a banda desenhada, ou um bom livro, tira-me tudo. A gente descança a cabeça, descompri-me.UF!!!
Já agora acho que vou tomar conta do "Posta o Desenho...". Que achas?