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O filme conta uma história com várias personagens que gravitam em redor de um prospector de petróleo incompreensivelmente desumano e evidentemente ganancioso protagonizado por Day-Lewis. A fotografia do filme é estranha e desconfortável, em tons de castanho, como se o mundo que retrata fosse mais triste que a tristeza e suportasse uma sujidade impossível de remover. Uma tristeza inumana, um peso brutal e invisível. Sufocante.
Para este ambiente carrancudo muito contribui a banda sonora de Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead, que constrói um ambiente opressivo através de um som que, para quem não for surdo ou demasiado duro de ouvido, acaba por assumir contornos de personagem secundária, nem sempre discreta (li no jornal que a banda sonora de Greenwood ganhou um prémio no Festival de Cinema de Berlim para a Melhor Contribuição Artística).
A personagem principal, Daniel Plainview, é o protótipo do self-made man, o capitalista impiedoso e obcecado, que constrói o seu universo a pulso e sempre sob a forte probabilidade de um dia haver sangue a manchar-lhe a toalha do pequeno almoço.
Resumindo, um filme com nítidas pretensões a obra de arte mais do que de objecto industrial que, a espaços, alcança o seu objectivo com mestria.
6 comentários:
Taí, deste filme eu gostaria! Sua resenha ou crítica me agradou. Nessas horas estar a 100km de um cinema é um dos pontos negativos de morar aqui...
Boa semana.
Mas a avaliar pelas suas fotos não me importava de fazer uns meses como jardineiro na Piacaba! Trabalho duro em ambiente agradável fica meio mole! Ou não?
:-)
Um abraço.
O Daniel Day-Lewis segundo li no jornal é actor para ganhar o Óscar para melhor acror com o papel deste "negociante" sem escrúpulos e impiedoso.
Gosto bastante de ver os filmes onde este excelente actor entra. É muito convincente.
Mete muito sangue, muitos tiros e explosões, tudo por causa da febre do petróleo(tb chamado Ouro Negro, dupla de cantores), sempre assim foi e há-de ser.
Cinismo ao máximo.
Um filme-zombie à brava!
Já está!! E o DANIEL lá ganhou o Óscar. Acertei em cheio.
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