Celebra-se o 4º centenário do nascimento do Padre António Vieira (1608-1697) com a saudade habitual que sentimos perante a grandeza de pensamento de alguém que, sendo português por nascimento, largo ultrapassou a pequenez que normalmente essa condição nos impõe.
Vieira, o grande pensador, o enorme prosador, o "imperador da língua portuguesa" como foi imortalizado pelo imortal Pessoa. Vieira o homem capaz de entrever no presente que viveu um futuro na verdade nunca experimentado. Vieira o profeta.
Inspirado, afirmou no seu mais célebre sermão, o de Santo António aos Peixes, que "Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam 100 pequenos, nem 1000, para um só grande." Resta-nos a consolação de, sendo pequenos, termos a grandeza de Vieira para nos alimentar o espírito enquanto espírito houver que tenha fome.
2 comentários:
Silvares,
Não conhecia essa passagem. Linda comparação. E assim está. Grandes fartando-se de pequenos.
Grande abraço
Lord, o Padre António Vieira é realmente um portento da palavra! O homem disse coisas admiráveis. Só não sei se devemos admirar mais a forma se o conteúdo se ambos em simultâneo. Ah, Vieira...
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