domingo, outubro 28, 2007

O festival que caminha


Todos os anos muda de lugar (talvez eu esteja a exagerar mas dá essa impressão). O FIBDA, Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (http://www.amadorabd.com/) vai saltando de espaço em espaço, à procura daquele que melhor se adapte ao tipo de acontecimentos que o caracterizam. Este ano aterrou no Forum Luís de Camões, na Brandoa, naquele que parece ser um local apropriado para o seu formato. Espero que, atingida a maioridade nesta 18ª edição, o FIBDA tenha finalmente encontrado um poiso mais ou menos definitivo.

Visitei esta tarde o dito cujo, tendo podido observar algumas celebridades deste discreto meio. Lá estava Geraldes Lino, resplandescente de felicidade, como peixinho dourado em água de aquário esférico; José Ruy, debitando sabedoria numa mesa, rodeado de alguns senhores de provecta idade, tal como ele; Rui Zink, folheando comics num ritmo meio alucinado, como se procurasse algo de concreto e a coisa não fosse assim muito evidente de encontrar; e eu prórpio, estrela no meu filme particular, acompanhado de outras duas personagens míticas da minha existência: a minha esposa, incomparável no brilho, e a minha filha, uma vedeta inultrapassavel, desenhadora de créditos mais que firmados, autora de Banda Desenhada super-promissora (pai babado).

Enfim, entre vedetas conhecidas e desconhecidas, encontrei um espaço bem agradável, com exposições interessantes (a sala dedicada ao Salazar, agora e na hora da sua morte, da Cotrim e Rocha é um pequeno espectáculo). Como de costume tive uma extrema dificuldade em comprar o que quer que fosse. Por um lado a minha extensa colecção elimina de imediato uma boa quantidade edições de BD, nacionais e internacionais, por outro, aquilo que não tenho e me é oferecido é de tal modo vasto e apetecível que acabo num estado letárgico, impeditivo de abrir os cordões à bolsa.
Resumindo e para concluir: quem gosta de BD não perde, decerto, quem não gosta também não irá lá fazer nada. A não ser que decida tomar uma atitude semelhante aquela que o leva a entrar numa igreja mesmo quando não acredita em Deus... nem no Diabo.

2 comentários:

Lord Broken Pottery disse...

Silvares, meu amigo,
Embora seja ateu gosto de igrejas. Consigo ver a beleza que existe nelas. Não sou um devorador das revistas em quadrinhos (é como chamamos por aqui), mas sou capaz de encontrar a arte, o poder artístico, que existe nelas. Muita gente boa trabalhando nesse ofício. Espero que a pequena Silvares faça muito sucesso nesse bonito trabalho.
Grande abraço

Silvares disse...

Lord, em termos de quadrinhos sou devoto e também gosto do ambiente das igrejas, desde que não haja missa. Quem sabe, um dia, a minha filha será uma autora de histórias em quadrinhos? Espero que ela possa optar por aquilo que lhe parecer melhor... seja o que for.